Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

A situação da periferia da Zona Euro - a recuperação da soberania monetária e a renegociação das dívidas

A última emissão de dívida portuguesa a dez anos foi feita a taxas de juro superiores a 4%.

Recrudesceram as ameaças do Eurogrupo.

Está demonstrada a impossibilidade de defender os interesses de Portugal sem enfrentar a questão da dívida e do Euro.

É ilusório esperar que o cumprimento de arbitrários critérios relativos ao défice ou a submissão ao fardo da dívida resulte nalgum tipo de misericórdia por parte dos mercados e dos seus representantes políticos.

Se excluirmos os juros da dívida, Portugal dispõe de um saldo orçamental primário superior a quatro mil milhões de euros.

Desprovida de soberania monetária, a periferia do Euro está totalmente dependente das opções do BCE (que não controla) ou da chantagem das agências de notação. Por outras palavras, o Euro deixou a periferia entalada entre a chantagem da troika e a chantagem dos mercados financeiros.

A solução não passa por ceder a nenhuma delas.

Passa pela recuperação da soberania monetária e pela saída do Euro dos Estados-Membros que considerem que a sua permanência se tornou insustentável. Assim como pela renegociação das dívidas - nos seus prazos, juros e montantes. De preferência no quadro de uma negociação no plano europeu.

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