Saudamos a luta dos trabalhadores e das populações do distrito de Santarém

Intervenção
Manuel Martins
membro do Executivo da DORSA
Santarém
Comício «Pôr Fim ao Desastre - Rejeitar o Pacto de Agressão»

Uma saudação fraterna a todos os presentes.

Estamos a realizar este comício num momento particularmente grave para a vida do país e para a imensa maioria dos portugueses.

Os comunistas são chamados à intensificação do esclarecimento e da mobilização para a rejeição do pacto de agressão, para a derrota deste governo e destas políticas.

Fazemo-lo ao mesmo tempo que preparamos o XIXº Congresso do nosso Partido, inserindo essa preparação no esclarecimento e na mobilização para a luta e na acção mais geral de reforço da organização do Partido.

Precisamos de um Partido mais forte para melhor cumprir o seu papel e melhor corresponder às expectativas dos trabalhadores e do povo português.

Daqui saudamos os 54 novos militantes que aderiram ao Partido desde o início do ano.

Saudamos as populações do distrito que souberam resistir à ofensiva para a destruição do Poder Local Democrático em que se inseriam os objectivos de extinguir mais de 70 freguesias na região.

Saudamos todos aqueles que das mais diversas formas recusaram as intenções do governos, seja através de moções, abaixo assinados, plenários, concentrações, Manifestações e outras acções de massas como aquelas que ocorreram em Santarém e a participação massiva dois distrito na grande manifestação nacional em defesa das freguesias.

Saudamos a imensa maioria dos eleitos que se recusaram a participar no assassinato das freguesias, em 17 dos 21 concelhos do distrito. Das 70 freguesias a extinguir, apenas 16 tiveram o parecer favorável dos órgãos autárquicos.

Saudamos muito particularmente os eleitos da CDU que em todo o lado se bateram contra os objectivos do governo e que, em muitas situações, estando em minoria, conseguiram fazer aprovar as nossas posições de rejeição á extinção/agregação de freguesias.

Saudamos os utentes dos serviços públicos que, organizados nas comissões e estruturas de utentes, têm desenvolvido uma acção contínua e organizada em defesa de serviços públicos de qualidade e de proximidade, combatendo assim as políticas governamentais que promovem o encerramento, diminuição da qualidade e a privatização em quase todos os sectores da prestação de serviços públicos no Distrito de Santarém.

Saudamos as populações e as estruturas de utentes de todo o Distrito que, através de diversas acções públicas, reuniões de esclarecimento e contactos e articulação com as instituições, têm lutado e obtido importantes vitórias na colocação de profissionais de saúde, no impedir o encerramento de unidades de saúde e outros serviços, no aproveitamento da capacidade hospitalar instalada e promoção da articulação entre os diversos níveis de prestação de cuidados de saúde.

A luta nos serviços públicos e, em especial na saúde, irá e terá de crescer. Os exemplos, entre outros, das comissões e população de Benavente, Couço, Alpiarça (onde conseguiram a colocação de dois novos médicos no Centro de Saúde), Tomar e Médio Tejo, que promoveram concentrações, vigílias, manifestações e abaixo-assinados (um deles com 26 mil assinaturas), provam que existem potencialidades para reforçar a luta por mais e melhores cuidados de saúde e por serviços públicos de qualidade e proximidade.

Saudamos os trabalhadores e a estrutura da CGP no distrito, os seus dirigentes e activistas que têm organizado e dinamizado a resistência e a luta contra a aplicação das alterações ao código do Trabalho e em defesa dos direitos e dos salários.

Saudamos os trabalhadores da Renoldy pela sua luta em defesa de direitos e contra a imposição do trabalho aos domingos e feriados. Saudamos os trabalhadores das gráficas Madeira e Madeira e SOCTIPE pela sua luta em defesa dos postos de trabalho.

Saudamos os trabalhadores da Rodoviária do Tejo e da Ribatejana que realizaram uma greve histórica com adesões de 98 e 95%, apesar de todas as manobras e intimidações do patronato.

Saudamos todos aqueles que participaram numa das maiores mobilizações do distrito para Lisboa, como aquela que ocorreu no passado dia 29 de Setembro.

Saudamos os participantes na Marcha contra o desemprego em Tomar, Entroncamento e Samora Correia, com grande adesão e participação e com enorme solidariedade e apoio das populações.

Saudamos os trabalhadores da EMEF pela sua longa luta em defesa da empresa e dos postos de trabalho e pela saída me massa para a participação no desfile da Marcha contra o desemprego no Entroncamento.

E porque a luta continua, daqui asseguramos o nosso empenhamento activo na preparação da greve geral do próximo dia 14 de Novembro.

Greve geral que tem de assumir-se como uma importante resposta à ofensiva do governo, que se faz dentro das empresas e locais de trabalho e que deve ter a máxima expressão de rua nos diversos concelhos e em Santarém na tarde do dia 14.

Conscientes das dificuldades mas convictos de que é possível derrotar este governo e estas políticas, cá estaremos a assumir o nosso papel de esclarecimento, mobilização e organização dos trabalhadores, dos reformados e pensionistas, da juventude, dos agricultores, dos pequenos e médios comerciantes e industriais e de todos aqueles que recusam o pacto de agressão, este governo e as suas políticas e ambicionam a uma vida melhor e a um país independente, soberano, desenvolvido e próspero.

Com os valores de Abril, por um Portugal com futuro!

Viva a luta dos trabalhadores e das populações!

Viva o PCP!