Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Repercussões da falência do Grupo Thomas Cook

A falência da Thomas Cook causou o desemprego de 22 mil trabalhadores diretos. As consequências indiretas ainda não são quantificáveis, mas serão seguramente ainda muito mais significativas. Em Portugal, com especial incidência no Algarve e na Madeira, as dívidas deixadas por esta empresa são na ordem dos 20 milhões de euros; as consequências na avaliação do desempenho turístico destas regiões e na sua atratividade futura são também relevantes. A falência da Thomas Cook expõe a realidade de um setor marcado por uma feroz concorrência, muitas vezes desleal, entre grandes grupos multinacionais e um imenso tecido de micro, pequenas e médias empresas que lutam para sobreviver. Um setor marcado por uma enorme precariedade laboral, por uma elevada exploração, por baixos salários, que contrastam com os lucros gigantescos dos capitalistas do setor, mesmo quando associados a práticas de gestão ruinosas. Um setor marcado também, como se viu, pela posição vulnerável dos consumidores. Esta resolução, não se debruçando sobre as causas e consequências da desregulação do sistema, propõe mecanismos que se afiguram como positivos, que possam antecipar situações análogas, permitindo uma actuação que minimize impactos. Propõe, ainda, instrumentos de resposta imediata aos desempregados e aos turistas que foram afetados. Que ninguém fique de fora dos mesmos e que se exijam consequências. Votámos favoravelmente.

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