Apesar do título, o relatório Wogau não faz uma análise da situação económica e social da UE, limitando-se a repetir generalidades e insistindo no objectivo único da política monetária, a estabilidade dos preços e controlo da inflação abaixo do limite de 2% traçado pelo BCE, sem se ter conta os reflexos para a economia real, nomeadamente sobre o emprego.Insiste na aceleração da liberalização das telecomunicações, dos correios, da energia e dos transportes, independentemente das suas consequências sobre o emprego, a coesão regional, as condições de trabalho e um serviço público universal de qualidade. Continua a prever um boa situação económica, apesar dos sinais de abrandamento da economia na UE, que o próprio relator refere, quando se devia reflectir sobre o abrandamento da economia dos EUA e a recessão económica no Japão e os seus reflexos na economia europeia .Insiste na flexibilização do mercado de trabalho, quando existem mais de 14 milhões de desempregados e cerca de 65 milhões de pobres na UE, as desigualdades de rendimento são gritantes, e o emprego é cada vez mais precário, sendo a maioria dos novos postos de trabalho criados temporários ou a tempo parcial. Continua a insistir no caminho para o erro, sem criar os mecanismos necessários de minimização dos seus riscos económicos e sociais. Tudo em nome da sacrossanta competitividade e na noção abstracta de economia social de mercado.Por isso votámos contra o relatório. É que a política económica e monetária da UE e dos seus Estados-membros devia reger-se pela melhoria contínua da qualidade de vida dos seus cidadãos e pelo aumento da satisfação das suas necessidades.