Declaração de voto de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Relatório Anual de 2016 do Banco Central Europeu

De forma sinuosa e nas costas das populações, o BCE foi apropriando-se de funções que ultrapassam claramente o que estava consignado nos seus estatutos. O BCE junta a política monetária e a supervisão bancária, duas funções claramente conflituantes, vindo há muito alargando a sua intervenção nos domínios das políticas económica dos estados membros, recorrendo à chantagem para ditar aos governos nacionais quais devem ser as suas políticas. Hoje é claro que União Bancaria criada para dar solidez ao sistema financeiro e tratar dos bancos sistémicos, apelidados de demasiado grandes para falir, não passou de uma manobra destinada a retirar da esfera dos governos nacionais qualquer possibilidade de intervir e a impor um conjunto de operações de fusões entre instituições financeiras, agravando portanto o problema que supostamente deveria resolver. Esta é a face que o relatório omite, contribuindo assim para branquear a situação da Banca que não foi melindrada sequer nos seus interesses, continuando a especular e amealhar lucros nas costas dos trabalhadores. Para o PCP só o controlo público da banca e a recuperação para os estados nacionais da sua soberania monetária poderá assegurar as condições plenas para uma política de desenvolvimento ao serviço das pessoas e dos trabalhadores.

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