Corrupção
II
Ainda Nicole Guardiola, há pouco mais de cinco anos,
colocava num título a seguinte questão (Expresso,
28/5/94): "Quem tramou a I.S.?" e em
subtítulo: "Sucessivos dirigentes da Internacional
Socialista vêem-se implicados em escândalos".
Depois de referir a prisão, em 20 de Maio [de 1994, claro] do
ex-presidente venezuelano, Carlos Andres Perez,
afirma que "é o mais recente episódio do rol de
escândalos político-financeiros que têm como protagonistas
alguns dos principais líderes da Internacional Socialista".
E vai referindo.
Alan García, ex-Presidente social-democrata do Peru -
"tem vários processos abertos em Lima por corrupção,
desvio de fundos públicos e compras ilegais"; Jaime Paz
Zamora, ex-presidente social-democrata da Bolívia, que
reconheceu publicamente os laços de amizade com o maior
traficante de droga do país; Bettino Craxi,
ex-secretário geral do Partido Socialista italiano e
ex-primeiro-ministro, envolvido em 108 processos por suspeita de
corrupção, tráfico de influências e financiamentos ilegais de
partidos políticos (actualmente refugiado na Tunísia); Filipe
González - "o [então] chefe do Governo espanhol está
políticamente encurralado pela avalancha de escândalos que
desabou nos últimos meses sobre dirigentes e ex-dirigentes do
PSOE, membros do Governo e seus «homens de confiança»; Miterrand,
que "não saiu completamente limpo das «trapalhadas» do
seu amigo Bernard Tapie, para não falar no suicídio do
ex-primeiro-ministro socialista Pierre Bérégovoy, em 1993, e
outros negócios obscuros relacionados com o financiamento das
campanhas eleitorais do PS francês e do próprio
Presidente."
Lembra ainda que "os sociais-democratas alemães, belgas
ou escandinavos estão longe de figurar acima de qualquer
suspeita". E termina referindo que o socialista Andreas
Papandreou, primeiro-ministro grego, reeleito em Outubro de
1993, esteve à beira de ser mandado para a prisão..
«O Militante» Nº 239 - Março / Abril - 1999