Corrupção I


Terminou, finalmente, o julgamento dos 12 acusados do caso Agusta-Dassault. Entre os 12 acusados, para além do poderoso senhor da indústria aeronáutica e militar francesa, Serge Dassault, destaca-se Willy Claes, eleito, em 1994, secretário-geral da NATO. Antes disso foi co-presidente do Partido Socialista belga, ministro de diversas pastas e, em 1988, vice-primeiro-ministro. Segundo Nicole Guardiola (Expresso, 31/12/98) "revelou-se um político moderado em tudo (menos na ambição), bom organizador e hábil negociador, flamengo e federalista por resignação, socialista mais propenso à defesa do rigor orçamental que à defesa dos mais desfavorecidos (...) Como muitos socialistas europeus da sua geração, Claes acreditou que, mortas as ideologias, o dinheiro era um meio indispensável para conquistar e conservar o poder (...) Apanhado em plena glória nas redes da justiça belga, rejeitou todas as acusações, aferrou-se ao cargo de secretário-geral da NATO e só aceitou demitir-se [em Outubro de 95] quando os EUA lhe retiraram a confiança."
"Considerado o cérebro e organizador de dois crimes de corrupção, Claes recebeu dos juízes o castigo mais severo: três anos de prisão com pena suspensa, em vez dos dois que couberam aos outros dois dirigentes socialistas (...) e ao «corruptor activo», Serge Dassault.".


«O Militante» Nº 239 - Março / Abril - 1999