O terrorismo não se combate
com o terrorismo de Estado



Em 20 de Agosto último, as Forças Armadas dos EUA fizeram dois bombardeamentos no Afeganistão e no Sudão. Sem qualquer respeito pela soberania dos outros países, pela legalidade internacional, os EUA assumem direitos que não têm, que não podem ter.
Com o pretexto da luta contra o terrorismo lançam mão do terrorismo de Estado, embora aqueles que actuam agora tenham sido os próprios EUA a criar e a alimentar.
O Governo do Sudão protestou contra o ataque sofrido afirmando que a fábrica bombardeada produzia somente medicamentos.
Um mês depois (Expresso, 26.9.98) o antigo procurador-geral norte-americano, Ramsey Clark, que foi ao Sudão com uma equipa do Centro de Acção Internacional, afirma que o bombardeamento realizado no Sudão foi por "razões puramente políticas" e "não justificáveis". Diz que "a actuação do Governo norte-americano baseou-se em provas erróneas e «absurdas» e deve ser visto como "um crime sob a lei internacional»".
Também a CIA conclui que "as informações que tentavam documentar a existência de uma ligação entre o Governo sudanês e activistas terroristas eram falsas e inverosímeis" e que a Casa Branca "precipitou-se ao ordenar o ataque".

 


«O Militante» Nº 237 - Novembro / Dezembro - 1998