O mural é uma arma!

Miguel Tiago
Membro do Exercutivo Concelhio
de Setúbal da JCP

Os murais... Sem dúvida um grande meio de propaganda.
A JCP sempre teve uma tradição de propaganda muito ligada à criatividade e nada melhor para a exprimir do que os murais pintados um pouco por todo o País.


Meio de informação e afirmação

Pintar um mural não é só passar o pincel, a trincha ou a grafite pela parede branca, é mais que isso, é um projecto, é um meio de informação e de afirmação política de um modo artístico.
O mural é todo um conjunto de acontecimentos que acabam por se manifestar numa pintura de parede.
Embora seja, em várias ocasiões, posta em causa a eficiência do mural como meio de tocar o cidadão, a JCP nunca deixou de os pintar, o próprio militante gosta de sair à rua para pintar uma parede que antes se mostrava inerte e que, depois de tomar contacto com a tinta, ganha um movimento por vezes indescritível.
Não é que aquele muro branco que ali estava parado, sem dinâmica, se torna um condutor de informação, que todos os dias passa uma mensagem, ou seja, ganha movimento, um movimento que começa no dia em que se faz o projecto do mural e que só acaba quando alguém decide pintá-lo de branco novamente?


Por todo o País

Um pouco por todo o País vemos as paredes pintadas com a assinatura da Juventude Comunista Portuguesa, paredes essas que transmitem ao cidadão a força e a dinâmica da JCP, para além de servirem como um condutor da nossa mensagem.
Quantas pessoas falam connosco sobre os nossos murais? Quantas pessoas passam por cada uma das “nossas paredes”?
Essas pessoas por vezes param e olham o mural, talvez até o leiam. Se essas pessoas captarem aquilo que queremos dizer com aqueles traços pintados na noite do dia anterior, então valeu a pena passar aquelas horas todas a preparar o mural e depois a pintá-lo.
Para além das vantagens estéticas e atractivas do mural, existe outra também muito importante: é um meio de propaganda duradouro, ficará naquela parede quase o tempo que quisermos.
Refutamos, portanto, a ideia de ineficiência dos murais.


Despertar muitas mentes

O mural é um meio ao qual se recorre em quase todas as situações: desde o anúncio de um Encontro Concelhio até à expressão de posições revolucionárias que a JCP assume no dia-a-dia.
A JCP esforça-se por fazer pinturas alegres, que não destoem da paisagem em que são inseridas, que não choquem a visão de quem por lá passa, mas sim, pelo contrário, lhe mostre a nossa razão através de um mural agradável e bem executado.
Para além da sua vertente propagandística, o mural ajuda a manter coesa a actividade de um colectivo. Aquele ajuntamento de militantes que se prepara para pegar nos instrumentos de pintura tem a consciência de que vai fazer passar uma mensagem e sabe que está a dinamizar o trabalho da JCP.
Já nos tempos da actividade clandestina o mural era um meio de consciencialização, utilizado para tocar as mentes de um povo oprimido que se queriam expandir. Hoje, não temos um povo oprimido, mas os murais da JCP ajudam a despertar muitas mentes, especialmente as dos jovens.
Podemos afirmar que o mural é a combinação prática de muitas vantagens e é a utilização sábia dos meios que se mostram ao nosso alcance.
«O Militante» Nº 237 - Novembro / Dezembro - 1998