Melhorar a formação política
e ideológica

Alexandre Araújo

Em cada um dos últimos anos têm aderido à JCP cerca de 1000 jovens. Um número a vários títulos impressionante, até porque a ideia que temos é que na maioria das vezes é o próprio jovem que toma a iniciativa de procurar a JCP para se inscrever. O que mostra que a este nível estamos ainda muito longe de aproveitar todas as potencialidades existentes.

Enquadrar e formar

Um número tão elevado de adesões obriga a um enorme esforço da parte da JCP, para que toda esta vontade de participar possa ser aproveitada e todos possam ser enquadrados e ter o seu espaço de intervenção, tendo em conta os seus gostos e as diferentes motivações que os levam a aderir à JCP. Motivações que são diversas, mas onde, sem dúvida, ressalta a capacidade de atracção dos valores e projecto do Partido Comunista Português e a vontade de participar numa organização revolucionária, que pretende a transformação da sociedade e a construção de uma sociedade socialista.
Na maioria dos casos esta motivação existe, mas não vem alicerçada num conhecimento mais profundo das propostas, dos princípios, da ideologia e da acção. Este facto obriga também a JCP, e o Partido, a cuidar da formação política e ideológica dos seus militantes.

Acções de formação já desenvolvidas

O estímulo ao estudo dos materiais da JCP e do Partido, ao estudo do marxismo-leninismo deve ser uma preocupação.
Mas na JCP não temos uma concepção que desligue o estudo da prática. A actividade de cada um na vida da sua organização, na dinamização da luta e do movimento juvenil traz experiências que contribuem como mais nada para a sua formação.
Como contributo para esta linha de trabalho têm vindo a ser promovidas pela JCP diversas acções de formação, abordando temas ligados às áreas de intervenção dos camaradas que nelas participam, temas de particular interesse para a juventude que suscitam dúvidas e interrogações, temas da actualidade nacional e internacional e temas ligados à base ideológica - o marxismo-leninismo.
Estas acções têm resultado de propostas ou iniciativas das próprias organizações da JCP ou por sugestão da direcção da JCP. Em qualquer dos casos procura-se ter em conta as características dos jovens para quem se destinam as acções de formação, bem como articular aquilo que são os seus interesses e as questões mais relacionadas com as lutas actuais em que a JCP se encontra envolvida.
Desde o início do ano realizaram-se cinco acções de formação em que participaram cerca de 75 camaradas e muitas outras iniciativas de debate, com destaque para as promovidas a propósito da comemoração dos 150 anos do Manifesto Comunista.
Apesar de considerarmos insuficientes estes números para as necessidades da JCP, o que eles na realidade representam são passos importantes no esforço de formação dos quadros e militantes da JCP.
Estas acções de formação que temos vindo a desenvolver têm permitido abrir espaços de discussão sobre temas que, para muitos camaradas, são novos. Têm sido espaços de discussão, troca de experiências e impressões, de aprofundamento do estudo e do conhecimento de diversas matérias.
Este ano destaca-se também o facto de, pela primeira vez, se terem realizado duas acções de formação preparadas especialmente para quadros funcionários e subsidiados da JCP.
Tendo em conta o papel essencial destes camaradas na vida da JCP, na dinamização da sua actividade, e a acção que desenvolvem na responsabilização e enquadramento de outros quadros e militantes da JCP, procurou-se, nestas acções de formação, abordar um conjunto de temas ligados à base teórica do Partido, estimulando que cada camarada prosseguisse o estudo em torno destas questões.

Promover mais acções de formação

Neste momento em que nos encontramos de abertura de mais um ano lectivo e em que as organizações naturalmente discutem os seus planos de actividade, importa considerar, a par da participação nas intensas batalhas que se avizinham e do trabalho para o reforço orgânico e de intervenção da JCP, espaços para a promoção de acções de formação.
Podendo considerar moldes diversos adequados à participação do maior número possível de camaradas, como sejam cursos de fim de semana em que se abordam três ou quatro temas, ou aproveitando os períodos de férias escolares para acções de formação com maior duração que permitam uma abordagem de mais temas e naturalmente um maior aprofundamento da discussão.
A selecção dos temas a abordar é de considerar tendo sempre em conta os interesses, as áreas de intervenção e as idades dos camaradas que participam, procurando associar temas que permitam aprofundar os conhecimentos sobre as bases teóricas fundamentais do Partido - o marxismo-leninismo -, a sua identidade, natureza de classe e princípios orgânicos, sobre a situação nacional e internacional, com temas ligados a áreas relacionadas com a juventude, como sejam o combate à Toxicodependência e ao Racismo, o Ambiente, o Serviço Militar Obrigatório, ou à intervenção específica dos jovens comunistas nos Ensinos Secundário e Superior e junto da Juventude Trabalhadora.
«O Militante» Nº 237 - Novembro / Dezembro - 1998