Mais uma vez, a Quinta da Atalaia encheu-se com
dezenas de milhares de visitantes.
A Festa confirmou-se como um grande polo de atracção apesar dos
muitos eventos que se realizaram ao longo de 1998 por todo o
País.
Alguma comunicação social teima em silenciar, deturpar, em não
ver a verdadeira dimensão da Festa. Alguns vêem dezenas de
pessoas em vez de dezenas de milhar, outros acham que encolhemos
o recinto do palco 25 de Abril, deslocando um palco (em betão)
com toneladas de peso com medo de menos assistência,
outros vêem um comício com centenas de pessoas, quando
participaram muitos milhares.
Mas a Festa, iniciativa político-cultural ímpar no País,
confirmou-se como um grande espaço de convívio, de amizade,
de alegria, de liberdade, de juventude, de solidariedade, de
intervenção e luta.
Três dias de festa, intervenção e luta
Mantendo as características fundamentais, ano após ano, a Festa
inova-se e diversifica os seus pólos de atracção.
Houve mais espaços de animação musical, criando pontos de
interesse por todo o recinto. Mais de mil artistas passaram pelos
11 palcos e espaços de animação musical.
A animação de rua teve novas expressões artísticas, com a
arte circense a ter uma grande presença.
O Avanteatro teve momentos de evocação de Brecht e Lorca, a par
de outras peças de teatro com centenas de pessoas a assistir.
O desporto, além das actividades habituais com particular
destaque para a Corrida da Festa, criou mais motivos de interesse
com a dança de salão e o slide.
A participação das Direcções Regionais, das Mulheres, da JCP,
da Emigração, dos Reformados e dos Deficientes, a gastronomia,
o artesanato, a venda de produtos regionais continuam a ser um
motivo de grande interesse para os visitantes da Festa.
A Cidade do Livro e do Disco, o lançamento de livros, os
autógrafos, as conversas com escritores são momentos de
interesse e enriquecimento cultural importantíssimos.
As exposições políticas, as intervenções de vários artistas
plásticos, a exposição de Oscar Niemeyer foram
visitadas por milhares de visitantes.
Realizaram-se 20 debates sobre temas da actualidade nacional e
internacional.
As brigadas de contacto sobre a difusão do Avante! e da campanha
Emprego com Direitos (da JCP) permitiram a abordagem de milhares
de visitantes.
A presença de 44 delegações de partidos comunistas e
progressistas, os pavilhões, as exposições, a campanha de
angariação de medicamentos para Cuba permitiram um contacto com
a realidade internacional e fizeram do Espaço Internacional uma
grande área de solidariedade.
A abertura da Festa e especialmente o comício de encerramento
foram dois momentos ímpares de esclarecimento, de denúncia, de
intervenção e luta.
Festa de um grande colectivo partidário
O empenhamento do Partido, mesmo que de forma desigual, foi
decisivo para o êxito da Festa.
A discussão da Festa nos plenários e assembleias permitiu
mobilizar o colectivo partidário.
A antecipação da divulgação da Festa do Avante! e os
novos meios empregues, a dinamização da venda antecipada da EP
- este ano com a introdução de 20% de desconto para quem
comprasse antes - revelaram-se linhas de orientação importantes
para a divulgação da Festa.
As iniciativas de promoção da Festa; os Festivais da Canção,
os torneios de Futebol e de Chinquilho, os concursos de pesca, a
prova Cicloturismo, o desfile de motards, que envolveram
muitos milhares de pessoas, foram também acções importantes
para o conhecimento da Festa.
As jornadas de trabalho, que mobilizaram mais de 3200 camaradas e
amigos, com grande destaque para a presença cada vez maior de
jovens, ajudaram a erguer a Festa do Avante!.
No funcionamento da Festa foram mais uma vez envolvidos milhares
de camaradas e amigos que, de forma empenhada, garantiram uma
elevada qualidade de serviços.
Só um grande colectivo partidário tem esta vontade, esta
força, este gosto de erguer esta Festa de Abril.
Nova Festa, novos desafios
A 23ª Festa do Avante! assume uma grande importância.
É a Festa no ano em que se comemoram os 25 anos do 25 de Abril,
é a Festa num ano de duas eleições importantíssimas para o
futuro imediato do País. Por tudo isto, tem que começar a estar
no centro das nossas atenções, a desafiar a nossa criatividade.
Mantendo as suas características fundamentais, que Festa fazer?
Como empenhar e mobilizar o Partido? Qual a contribuição do
colectivo partidário para a sua concepção? Como melhorar o seu
conteúdo político-cultural? Que formas de divulgação? Como
planificar melhor a construção e jornadas de trabalho tendo em
conta as batalhas políticas e eleitorais? Como melhorar o seu
funcionamento e elevar a qualidade de serviços? Que quadros
destacar? Que estruturas - comissões e grupos de trabalho - se
devem constituir? Como ter presente a Festa, no conjunto das
realizações partidárias - assembleias, plenários,
iniciativas?
Reunir, discutir, apurar opiniões e propostas está ao
alcance de todas as organizações, de todos os militantes. Todo
o Partido pode e deve contribuir para uma Festa cada vez melhor,
mais bonita, mais atraente.
«O Militante» Nº 237 - Novembro / Dezembro - 1998