No decorrer das suas páginas...
Muitas referências têm sido feitas em diversos jornais e
revistas às comemorações do 150º aniversário da publicação
do Manifesto do Partido Comunista. Muitas citações de
diferentes autores tornaram-se conhecidas. Talvez haja interesse
também em dar a conhecer algumas
frases do próprio documento.
E, antes de mais, lembrar que o Manifesto começa e
acaba com duas afirmações que ficaram particularmente gravadas
na mente dos trabalhadores, de todos os que têm querido e querem
que a sociedade humana avance para formas mais justas, mais
solidárias, mais próprias dos homens, da sua evolução, da sua
realidade actual e dos seus sonhos.
"Anda um espectro pela Europa - o espectro do Comunismo."
"Proletários de todos os países, uni-vos!"
Depois, quem tiver ocasião e interesse em ler o Manifesto,
que não pode deixar, evidentemente, de estar marcado pelo tempo
em que foi feito, vai perceber que, no decorrer das suas páginas
saltam, com especial força, outras afirmações e explicações
que guardam uma grande e impressionante actualidade.
Alinham-se aqui algumas delas:
"A história de toda a sociedade até aqui é a
história (*) de lutas de classes."
(*) (isto é, toda a história escrita [Nota de Engels à
edição inglesa de 1888]).
"O moderno poder de Estado é apenas uma comissão que
administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa."
"De há decénios para cá a história da indústria e
do comércio é apenas a história da revolta das modernas
forças produtivas contra as modernas relações de produção,
contra as relações de propriedade que são as condições de
vida da burguesia e da sua dominação."
"(...) a burguesia não forjou apenas as armas que lhe
trazem a morte; também gerou os homens que manejarão essas
armas - os operários modernos, os proletários."
"(...) toda a luta de classes é uma luta política."
"O comunismo não tira a ninguém o poder de se
apropriar de produtos sociais; tira apenas o poder de, por esta
apropriação, subjugar a si o trabalho alheio."
"À medida que é suprimida a exploração de um
indivíduo por outro, é suprimida a exploração de uma nação
por outra."
"As ideias dominantes de um tempo foram sempre apenas as
ideias da classe dominante."
"Em todos estes movimentos [movimentos
revolucionários que lutam contra as situações sociais e
políticas existentes] [os comunistas] acentuam que a
questão da propriedade, seja qual for o desenvolvimento, maior
ou menor, da forma que ela assuma, é a questão basilar do
movimento."
"Nela [na revolução comunista] os
proletários nada têm a perder a não ser as suas cadeias. Têm
um mundo a ganhar."