Diversificação e originalidade
JCDU Algarve

Por Sérgio Martins
Membro da Comissão Política
e da Direcção Nacional da JCP




As iniciativas realizadas pela Juventude CDU viradas para os jovens algarvios, em geral, têm seguido duas linhas fundamentais: a diversificação, com o intuito de se chegar aos diversos "grupos" juvenis e como forma de não cair na rotina; e a originalidade, como forma de aumentar a nossa capacidade de atracção e de contornar alguns obstáculos, nomeadamente os financeiros. Assim, as nossas iniciativas acabam por reflectir a realidade juvenil, as suas preocupações e maneiras de estar na sociedade. Podemos citar como exemplos:

- A realização de uma exposição de jovens artistas em Portimão, no fim do passado mês de Junho. Para contornar dificuldades no acesso ao espaço municipal de exposições, acabámos por realizar esta iniciativa no edifício abandonado de uma antiga lota (cedido pela Câmara). Este espaço, por nós decorado, acabou por dar à iniciativa um ar grandioso e diferente, o foi reconhecido pelos visitantes que nos elogiaram pelo aproveitamento daquele espaço abandonado. Isto serviu-nos de pretexto para fazermos passar a nossa mensagem política, baseada na falta de espaços e apoios para os jovens artistas e a necessidade de encarar os jovens artistas "não profissionais" como factor de desenvolvimento cultural.

Importante também foi o esforço de contacto com jovens artistas locais, sendo que, para a maioria, foi o primeiro contacto com a JCDU. O resultado foi a manifestação da sua disponibilidades para voltar a trabalhar connosco. Assim, vamos brevemente pintar um mural sobre Timor-Leste.

- A realização de um fim-de-semana radical na Barragem do Funcho (Silves), em meados de Agosto. Com a cedência de algum material camarário e da associação juvenil local, conseguimos elaborar um programa de rapel, canoagem e campismo. A parte política consistiu numa "conversa à volta da fogueira", onde abordámos os mais diversos assuntos que preocupam os jovens. Infelizmente a participação ficou aquém do esperado devido a algumas dificuldades nossas de divulgação e mobilização. No entanto, é de realçar o espírito com que alguns "caloiros", em iniciativas nossas, encararam o sacrifício e a entre-ajuda necessária para aguentar esse fim-de-semana, num local isolado e em condições duras. Esses "caloiros" ficaram ganhos para trabalhar connosco no futuro.

- A realização de uma Rave Revolucionária em Silves, no passado mês de Agosto. A audição e dança de música techno, drum'n bass e jungle foi completada com uma exposição sobre a droga e a toxicodependência. Esta iniciativa inovadora foi encarada com algum cepticismo dentro da JCDU e da CDU (muito barulho, muito fora do nosso campo normal de iniciativas...). Mas, apesar de algumas deficiências inerentes à nossa inexperiência neste tipo de iniciativas, os resultados foram animadores. Tocou-se mais um "grupo" juvenil que gira em torno da música techno e perspectiva-se a realização de outra grande iniciativa deste tipo, corrigindo algumas deficiências e potenciando o facto de termos jovens candidatos da CDU como o DJ João Paulo (UBI - Tavira), o DJ Bruno Marciano (Kadoc - Vilamoura) e o animador/dançarino Mató (Kadoc - Vilamoura). Queremos também integrar nessa iniciativa a prática de diablo e malabarismo, indo ao encontro de outro "grupo" juvenil.

- A simulação da construção de uma ETAR e a distribuição de um comunicado à população de Olhão, junto a um esgoto a céu aberto, no passado mês de Agosto. O sítio escolhido foi essencial porque lá passam centenas de pessoas em direcção à ilha do Farol. Assim, conseguimos denunciar eficazmente alguns problemas ambientais que afectam a Ria Formosa, atribuindo as responsabilidades à Câmara Municipal de Olhão (da responsabilidade do PS).

Para a pré-campanha e campanha eleitoral já temos alinhavadas outras iniciativas, como por exemplo:

- Diversos concertos que servirão para a promoção de jovens músicos locais e para a divulgação das nossas propostas.

- Uma iniciativa "a pedal", com a participação de dezenas de adeptos das bicicletas a pedal, que irão denunciar a falta de espaços para esta prática desportiva, a falta de um passeio ribeirinho, a falta de espaços verdes e a insegurança do intenso tráfego rodoviário no interior da cidade de Faro, cuja Câmara é também da responsabilidade do PS.


«O Militante» Nº 231 de Novembro/Dezembro de 1997