Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Preparação para o Conselho Europeu (19 e 20 de Dezembro)

Agravam-se os motivos de preocupação em torno da situação na União Europeia e sua evolução próxima.
Em face do agravamento da crise do capitalismo, e perante as dificuldades crescentes de realização de mais-valia – consequência da baixa tendencial da taxa de lucro, – o grande capital precisa, como sempre, talvez mais do que nunca, de um Estado ao seu serviço, que lhe crie as condições para a clássica saída face à crise: o aumento da exploração do trabalho.
O elevado grau de concentração e de centralização do capital conduz, todavia, a novas necessidades e a novas exigências. Os monopólios transnacionais europeus precisam do seu superestado europeu. Em estádios anteriores de concretização deste superestado, foi ele que lhes permitiu, em alargamentos sucessivos, colonizar e controlar mercados, do centro às periferias. Agora que se lançam mundo fora com a sua conhecida e natural avidez, contam com ele, com o superestado europeu, para defender os seus interesses, a sua pulsão imperial, as suas taxas de lucro.
Foi neste contexto que a União Europeia desenvolveu e aprofunda as suas três facetas – neoliberal, federalista e militarista – necessárias que são à concretização dos desígnios dos seus monopólios. Aí temos o carácter de classe da União Europeia.
Tudo isto está bem à vista na agenda deste Conselho Europeu.

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