A “acção climática”, como já antes o “desenvolvimento sustentável”, saltaram para o centro do discurso político.
Mas para além dos chavões, da propaganda, da superficialidade e até de algum oportunismo no tratamento destes temas, o que fica?
O que fica é a insistência nas mesmas políticas que comprometem o desenvolvimento assente numa relação sustentável entre o homem e a Natureza.
Alguns dos que fazem juras de empenho na acção climática e afirmam compromissos solenes com o desenvolvimento sustentável são os mesmos que escancaram portas à destruição ambiental, económica e social, por via das políticas que aprovam. É o caso das políticas agrícolas e comerciais, assentes no livre comércio, que destroem os sistemas produtivos mais débeis e deslocalizam a produção.
Sr. Comissário: alguém lá Comissão Europeia fez as contas a quanto custará em mais emissões de gases de efeito de estufa o acordo que a UE acabou de assinar com o Mercosul (para além do estrago económico e social)?
Comecemos por aqui. Por modelos de produção e de consumo sustentáveis e pare-se de tentar pintar de verde um sistema que é intrinsecamente insustentável.
A questão é fundamentalmente política e social, não apenas tecnológica. O capitalismo não é verde.