PCP na Grécia

Jerónimo de Sousa esteve em Atenas, anteontem e ontem, com o objectivo de aprofundar o conhecimento da situação na Grécia e da luta dos trabalhadores e do povo grego face à ofensiva das «medidas de austeridade» do Governo do Pasok, implementadas com o apoio da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional.

A deslocação, realizada na sequência de um convite do Partido Comunista da Grécia e no quadro das tradicionais relações de amizade e cooperação entre o PCP e o PCG, teve também como objectivo tomar contacto com a realidade actual na Grécia e com vários aspectos da actividade do PCG, bem como de informar sobre a situação em Portugal e a actividade do PCP no quadro da profunda crise com que o País se defronta.

Integravam a delegação do PCP, além do Secretário-geral, Jorge Cordeiro, da Comissão Política e do Secretariado, e Manuela Bernardino, do Secretariado.

Apesar da curta estadia, o programa de trabalhos foi bastante intenso, com os dirigentes do PCP a desdobrarem-se por diversas iniciativas, encontros e reuniões. Destaque para o encontro com a delegação do Partido Comunista da Grécia, presidida pela secretária-geral Aleka Papariga, com a Secção Internacional e com quadros da PAME (Frente Militante de Trabalhadores), central sindical de classe grega. Jerónimo de Sousa teve ainda oportunidade de participar num debate com quadros e militantes de Atenas do PCG.

Nas várias iniciativas, os dois partidos trocaram impressões sobre a crise do capitalismo e abordaram diversos aspectos sobre a situação social e política dos dois países. Como afirmou Jerónimo de Sousa ao Avante!, os traços gerais da ofensiva levada a cabo nos dois países são semelhantes nos seus conteúdos e objectivos, nomeadamente no que respeita ao roubo dos salários e pensões dos trabalhadores. A grande diferença, pelo menos por enquanto, está no grau de violência das medidas aplicadas, sendo mais gravosas na Grécia.

Realçando que se sente, naquele país, um «ambiente geral de insubmissão», o Secretário-geral do PCP realçou que o Partido Comunista da Grécia e a PAME estão «na linha da frente da luta e do seu desenvolvimento». Graças à sua acção, «muitos trabalhadores e organizações sindicais não filiadas na PAME têm participado nas lutas, nomeadamente nas greves gerais», afirmou Jerónimo de Sousa, sublinhando que as próprias centrais sindicais maioritárias cujas direcções são influenciadas pelo PASOK (partido socialista, no governo) e pela própria direita têm sido arrastadas para posições mais combativas.

Para o dirigente do PCP, a luta que se trava naquele país será prolongada, «a exigir um grande fôlego» e a diversificação das formas de luta. Os comunistas gregos, transmitiu ao Avante!, comprometeram-se a prosseguir e intensificar a luta – quer a que se trava pelo socialismo quer o combate concreto por objectivos concretos.

Jerónimo de Sousa destacou ainda a forma fraternal como decorreu a visita, valorizando o facto de contribuir para o reforço das relações existentes entre os dois partidos.

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