Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Paradise Papers, Declarações do Conselho e da Comissão

Muito foi dito sobre mais este escândalo fiscal. Muitos dados, muitos lamentos e muitas promessas num discurso que se repete, escândalo após escândalo.

Para nós este novo episódio dos Paradise Papers confirma o caráter sistémico da evasão fiscal, tal como sempre denunciámos desde o início. Confirma também a total inoperância das instituições e da União Europeia perante esta tragédia.

Oiço muitos de vós a verberar contra os governos, omitindo que estes governos representam os mesmos partidos daqueles que hoje neste debate erguem a sua voz contra o conselho. Eu pergunto simplesmente, quais os interesses que são protegidos pelos governos e pelos partidos do sistema que os suportam? Como explicar então que os paraísos fiscais, que são autênticos anões políticos e económicos possam impor a sua lei à maioria dos outros países?

Esta é a contradição fundamental. Uma maior justiça fiscal e um combate eficaz à fraude e evasão fiscal não são compatíveis com o neoliberalismo que nos é imposto pela União Europeia remetendo os poderes públicos a meros representantes dos interesses das grandes empresas multinacionais e das grandes instituições financeiras.

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