Fui contactado por um cidadão português que trabalhou durante 18 anos numa multinacional norte-americana, em Portugal. Esta empresa apresentou, só no segundo trimestre deste ano, proveitos na ordem dos 9,8 biliões de dólares. Todavia, por motivos estruturais, decidiu proceder ao despedimento colectivo de todo o departamento financeiro em Portugal. Isto depois de já ter extinguido ao longo dos últimos anos vários outros postos de trabalho, de outros departamentos. Estamos perante uma deslocalização faseada da produção e outros serviços para países do leste da Europa, Estados-Membros da UE, que tem afectado praticamente todas áreas da empresa, em todos os países do sul da Europa, onde esta multinacional tem sucursais.

Em face do exposto, pergunto à Comissão Europeia:
- Qual o papel da União Europeia nestes processos ditos de reestruturação de grandes
multinacionais?
- Como se pode justificar que, directa e indirectamente, se esteja a promover a concorrência entre Estados-Membros e a forçar uma desvalorização salarial geral e uma descida dos impostos sobre os lucros das multinacionais?