Intervenção de Margarida Fonseca, Membro da Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP, XIX Congresso do PCP

Organização Regional de Coimbra

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Camaradas

Preparámos este momento maior da vida do Partido, o nosso XIX Congresso, num período de intensa actividade e de uma intensa luta de massas pela rutura com esta política, contra o pacto de agressão e pelos valores de Abril.

Em Maio, a Organização Regional de Coimbra realizou a 7ª Assembleia com o objectivo de reforçar o Partido, aprofundar as propostas para o distrito, traçar linhas para intensificar a luta de massas e defender os trabalhadores. Num processo de construção colectiva que só existe num Partido como o nosso, com uma grande democracia interna, iniciámos também a preparação do XIX Congresso do PCP.

Na última fase de preparação realizaram-se mais de 3 dezenas de reuniões de discussão, onde participaram mais de 400 militantes. Promoveu-se ainda a entrega dos documentos do Congresso a mais de 150 independentes e amigos do Partido. Do debate surgiram diversas propostas de alteração e sugestões, mas foi clara a grande identificação dos militantes da Organização Regional com os documentos e com as linhas de orientação traçadas.

Ao mesmo tempo empenhámo-nos na luta dos trabalhadores e da população. A luta ampliou-se e intensificou-se. O Partido e os militantes comunistas tiveram um papel determinante. As grandes manifestações nacionais, as Greves Gerais com as poderosas expressões de rua, as acções em defesa das freguesias, em defesa do SNS, da água pública e da Cultura, todas com grande participação e expressão no distrito de Coimbra.

A política de direita levada a cabo pelos sucessivos governos PS, PSD, CDS-PP, agora agravada com a aplicação do pacto de agressão assinado com a “troika”, tem tido consequências nefastas para a nossa região.

O desemprego já afecta mais de 26.000 trabalhadores em todo o distrito. A destruição do nosso aparelho produtivo continua. Encerraram empresas com grande importância para o desenvolvimento da região e mesmo do país como as oficinas da EMEF, a Marcopolo, a Ceres, a Poceram, as Têxteis Unitefir w HBC, entre outras, e cerca de 3100 trabalhadores ainda não receberam os mais de 45 milhões de euros de créditos devidos pela falência de empresas.

Também na agricultura estas políticas de desastre nacional se sentem. Enquanto a grande distribuição alimentar contínua com lucros e margens escandalosos, os agricultores estão à beira da falência, devido ao aumento dos custos de produção e ao não pagamento justo dos produtos agrícolas, como o arroz, o vinho, o leite ou a carne.

O Serviço Nacional de Saúde sofre um ataque feroz. A fusão dos 8 hospitais de Coimbra está a conduzir à descaracterização deste serviço público, com o encerramento de valências, a desestruturação de serviços e a falta de pessoal. Este ataque que está a ser feito ao SNS não está desligado do favorecimento dos grupos económicos e financeiros que anseiam lucrar com o negócio da saúde. Onde encerra um serviço público abre uma clínica ou hospital privado. Como aconteceu com o encerramento, no período da noite, da urgência do hospital dos Covões, que ocorreu precisamente na mesma semana em que entrou em funcionamento um dos 3 hospitais privados que recentemente surgiram em Coimbra.

A escola pública também não escapa a esta política devastadora. A deterioração das condições de funcionamento, de que é exemplo o aumento do número de alunos por turma, o encerramento de escolas, a fusão de Agrupamentos, a consequente redução dos postos de trabalho, a redução de apoio a crianças e jovens com necessidades educativas especiais, são algumas das situações que desvalorizam a escola pública, num distrito onde os colégios com contrato de associação continuam a ser financiados pelo erário público, usufruindo assim de recursos e meios negados à escola pública.

O sistemático desinvestimento nos principais meios de transporte é outra constatação. No transporte ferroviário, encerraram os ramais da Pampilhosa e da Lousã e mantém-se a intenção de encerrar a linha do Oeste.

A multiplicação e intensificação das lutas assumem um papel determinante na resistência e na tomada de consciência social de amplas camadas da população e potenciam o reforço do Partido.

O reforço da nossa influência nas empresas e locais de trabalho não pode ser descurado. É fundamental para o Partido melhorar e alargar a organização de células de empresas ou sectores profissionais como as dos Hospitais da Universidade de Coimbra, do sector dos ferroviários, dos motoristas de mercadorias, da hotelaria, do sector de empresas da Figueira da Foz, entre outras.

Recrutar é tarefa primordial. Nos últimos 4 anos recrutámos mais 175 novos militantes, que importa envolver no Partido, dando a cada um tarefas concretas e um organismo onde reunir.

Com um PCP mais forte, com o reforço da luta de massas é possível combater a política de direita, o desemprego e a exploração, é possível uma vida melhor, é possível um outro rumo afirmando os valores de Abril no futuro de Portugal!

Viva o XIX Congresso!
Viva o PCP!

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