Mais limpa ou menos limpa, mais verde ou mais cinzenta, a chamada “União da Energia” não significa senão o grande e liberalizado mercado único europeu da energia.
As consequências no sector da energia não serão diferentes do que aconteceu noutros sectores liberalizados: a concentração monopolista à escala europeia, beneficiando os oligopólios da energia e prejudicando os consumidores, em especial os mais vulneráveis.
Para nós, a energia deve ser vista simultaneamente como um bem público e como um sector estratégico.
O controlo público, democrático, do sector energético é um pré-requisito para assegurar a sua sustentabilidade, com a necessária mudança de paradigma assente na elevada dependência face aos combustíveis fósseis e em insustentáveis fluxos de energia e matéria para a satisfação de necessidades básicas da Humanidade, mas também para assegurar que ninguém fica excluído do acesso a este bem essencial, combatendo a pobreza energética.
Interviemos neste processo defendendo a necessidade de objectivos ambiciosos, quer no que se refere à eficiência energética, quer às renováveis, no quadro do respeito das soberanias nacionais sobre este sector estratégico e da necessária ruptura com um modo de produção fundamentalmente insustentável e irracional.