Artigo de Ruben de Carvalho no «Diário de Notícias»

«A manifestação»

O prof. Freitas do Amaral não foi à manifestação pela paz. O PS do dr. Ferro Rodrigues também não.

O prof. Freitas do Amaral entendeu que a manifestação fora partidarizada. Em seu entender, tal sucedeu porque houve partidos que a apoiaram. Essencialmente, claro, o PCP.

O PS do dr. Ferro Rodrigues também não foi. As explicações são mais embrulhadas, mas, parece, queria evitar que a manifestação - fosse partidarizada!

Em resumo, não foram.

Percebe-se o prof. Freitas.

O político que mais vezes se tem candidatado a tudo (e perdido), sobre a crise iraquiana piscou um olho à esquerda com o dr. Mário Soares e alinha com a direita na recusa do protesto público e de massas. Percebe-se.

E o dr. Ferro Rodrigues? Percebe-se? Presume-se que quereria que o seu partido interviesse sempre, enquanto tal, na política. Parece que não. Quando a política vem para a rua, diz aos militantes para ficarem em casa.

A manifestação foi o que se viu. Conclusão, o prof. Freitas, felizmente, falha tudo, e o dr. Ferro Rodrigues, naturalmente, não consegue nada. Sem o prof. Freitas, nem o dr. Ferro Rodrigues, a manifestação foi um êxito. Uma vitória para a paz e uma derrota para eles.

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