Declaração de Carlos Carvalhas, Secretário-Geral

Sobre o resultado do referendo à Regionalização

A maioria dos portugueses que votaram neste referendo pronunciou-se negativamente quanto à instituição em concreto das regiões administrativas. Este resultado não permite que a regionalização avance, comprometendo politicamente a sua concretização nos próximos tempos.

É nossa convicção que se perdeu uma oportunidade de se concretizar uma importante reforma democrática do Estado que, em nossa opinião, seria boa para Portugal e para os portugueses.

Sem prejuízo da consideração de outros factores, julgamos que a campanha do PSD e do CDS/PP conseguiu falsamente convencer muitos portugueses de que haveria o risco, neste referendo, de uma real fragmentação da unidade nacional, com a constituição de oito pequenos estados regionais dentro do Estado, quando o que estava de facto em causa era apenas a instituição de novas autarquias de âmbito regional.

Esta campanha de partidários do não, sem escrúpulos e cheia de falsidades, suscitou inquietações e receios a nosso ver infundados em muitos portugueses acerca da real natureza e alcance da regionalização, o que, conjugado com as vacilações e contradições do PS ao longo de todo este processo do referendo, facilitou este resultado negativo para a regionalização e a abstenção verificada.

O PCP, as suas organizações e militantes, podem orgulhar-se de tudo terem feito pela vitória do sim, através de uma grande e serena campanha, assente na verdade, no esclarecimento e na pedagogia.

Saudamos todos quantos connosco estiveram empenhados neste combate político e reafirmamos nesta hora, tendo naturalmente em consideração os resultados deste referendo, o nosso compromisso de prosseguir a luta pelos valores e objectivos que orientaram a nossa campanha.

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