Depois de 2016 ter sido o ano mais mortífero já registado no que se refere à travessia do Mediterrâneo por migrantes que tentam chegar à Europa, com pelo menos 5098 mortes (OIM, 2017), na sua esmagadora maioria ocorridas na travessia do Mediterrâneo central, na ligação entre a Líbia e a Itália, a Organização Internacional das Migrações faz um balanço negro dos três primeiros meses de 2017, durante os quais terão perdido a vida mais de 600 pessoas, parte das quais crianças. Ou seja, o morticínio prossegue em 2017 a um ritmo ainda superior aos anos anteriores.
Esta é uma situação que a UE não pode ignorar e que é indissociável das suas políticas e opções, de que se destaca o vergonhoso acordo celebrado com a Turquia visando a expulsão de migrantes para este país. Os números agora conhecidos são uma fragorosa demonstração do falhanço das políticas da UE e o mais cabal desmentido das afirmações de responsáveis da UE, segundo as quais o Acordo UE-Turquia faria diminuir as mortes no Mediterrâneo. Ao contrário, estas aumentaram e muito – situação insustentável e desumana que exige uma resposta pronta.

Solicito à Comissão Europeia que me informe sobre que avaliação faz desta situação e que medidas tomou ou pensa tomar.