Intervenção de

Monsenhor Eduardo Melo Peixoto - Intervenção de Agostinho Lopes na AR

 

Voto n.º 152/X, de pesar pela morte do Monsenhor Eduardo Melo Peixoto

 

 

Sr. Presidente,

Srs. Deputados:

O CDS-PP decidiu apresentar um voto de pesar pela morte do Cónego Melo, e não é certamente a morte de uma pessoa e a dor dos seus familiares e amigos que o Grupo Parlamentar do PCP considera estarem em causa.

O que o PCP contesta é que Grupo Parlamentar do CDS-PP aproveite politicamente esta morte para, nesta Assembleia, provocar a Revolução de Abril.

Seria uma indignidade para esta Assembleia da República, que nasceu com Abril, aprovar um voto de pesar por quem, no momento de ofensiva reaccionária e revanchista contra a jovem democracia portuguesa, que renascia depois de quase 50 anos de luta, de dor, de sofrimento do povo português, por palavras e por obras, esteve do lado dos que tudo fizeram e a tudo recorreram, inclusive ao assalto a centros de trabalho do PCP e ao terrorismo bombista, contra pessoas e bens, provocando vítimas mortais, por quem esteve do lado dos que tentaram pôr em causa a liberdade e a democracia reconquistada, por quem esteve do lado dos que se opunham ao fim do colonialismo e da guerra colonial e dos que tudo fizeram para inverter o rumo progressista e libertador da Revolução de Abril e fazer regressar o País ao passado.

Mas compreendemos que cada partido tenha os heróis que escolhe e que merece, e o CDS-PP escolhe os seus.

Pela luta do povo português contra o fascismo, pela memória das vítimas do terrorismo bombista de 1975 e 1976, por Abril, o Grupo Parlamentar do PCP votará contra este voto.

 

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