Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Mecanismos de governação económica reforçada

Pouco mais de uma década decorrida sobre a criação do euro, confirmam-se os alertas e avisos que então fizemos. A integração de economias com um grau de desenvolvimento muito diferente, com critérios de convergência nominal, políticas monetárias e cambiais únicas, tudo feito à medida dos interesses das grandes potências, agravou a crise e a divergência no seio da UE, levando à situação com que se debatem as economias periféricas.

Perante a crise que criaram, os centros de decisão do capital financeiro especulativo - e os seus prolongamentos institucionais, nas instituições da UE e nos governos - acabam de lançar um novo e inusitado ataque aos povos e aos trabalhadores europeus.

Em nome não da solidariedade - conceito cada vez mais estranho aos senhores desta UE - mas sim da garantia da estabilidade do euro exigida pelas grandes potências, decidiram usurpar as competências orçamentais dos Estados, numa intolerável afronta à democracia e à soberania dos povos. Afronta que acompanham de medidas de autêntico terrorismo social, perante o dobrar de cerviz de governos nacionais.

A resposta ao chamado "governo económico europeu", e ao acentuar da natureza anti-democrática do processo de integração em curso, dão-na os trabalhadores em luta por essa Europa fora. Dessa luta, do seu impulso progressista, germinará a mudança necessária.

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