Manipulação de investigações científicas por multinacionais na sequência dos testes de emissões efectuados em macacos e seres humanos pela indústria alemã

O escândalo que resultou do conhecimento da fraude de manipulação das emissões automóveis lançou alguma luz sobre os padrões segundo os quais se regem estas multinacionais.

A pulsão dos lucros sobrepõe-se ao ambiente, à saúde, em última instância mesmo à vida humana. Um eloquente retrato do capitalismo.

A Comissão Europeia não saiu ilesa. A complacência, ou mesmo cumplicidade, de quem sabia que os testes feitos e os valores referência não tinham como ser comprovados ficou evidente no processo.

Como fica assim evidente a promiscuidade existente entre o poder económico e o poder político. Promiscuidade que os pios apelos à “ética e à responsabilidade da indústria” só confirmam. Na prática, a regra é business as usual.

As revelações agora feitas de que vários construtores automóveis utilizaram cobaias humanas e outros primatas para testar os efeitos na saúde das emissões dos motores a diesel – emissões cujo efeito nocivo é conhecido – confirma que não estamos perante episódios isolados mas perante um problema sistémico. E problemas sistémicos exigem soluções sistémicas.

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