Partido Comunista Português
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Moção - Sobre a luta organizada das mulheres portuguesas
Domingo, 28 Novembro 2004
(Moção aprovada por unânimidade)

Considerando que em 2005 se assinala 30 anos da primeira comemoração em liberdade do Dia Internacional da Mulher/8 de Março, das primeiras eleições livres para a Assembleia Constituinte e do Ano Internacional da Mulher, declarado pela ONU, – acontecimentos cujo significado lhes advém do 25 de Abril de 1974, uma Revolução que alterou radicalmente o estatuto das mulheres e a sua situação no plano jurídico e de facto que abriu novos caminhos na sua luta pela igualdade e pela emancipação;

Considerando que as políticas de direita, que têm marcado a vida nacional, provam todos os dias a sua incapacidade de cumprir a igualdade de direitos e de oportunidades para as mulheres e que da acção da actual maioria parlamentar e de Governo, PSD/CDS-PP decorrem novos perigos de retrocessos na sua situação e nos seus direitos;

Considerando que desta realidade emergem novos problemas que condicionam a vida das mulheres e significam subalternização, humilhação e sobreexploração como são a precariedade e instabilidade laborais, a privação de meios de subsistência, a perda de direitos particularmente respeitantes à função da maternidade, as gravidezes precoces nas adolescentes, os julgamentos de mulheres por prática de aborto, o tráfico de mulheres para a prostituição, a violência doméstica e os maus tratos;

O XVII Congresso do PCP exorta as mulheres portuguesas a transformarem as comemorações do Dia Internacional da Mulher, numa vigorosa jornada nacional de luta que afronte e responsabilize a actual maioria PSD/CDS-PP pelo agravamento das suas condições de vida e de trabalho, pelo flagelo do aborto clandestino e pelas perseguições às mulheres que abortam e pelos graves retrocessos nos seus direitos específicos.

O XVII Congresso do PCP, exorta, ainda as mulheres portuguesas a reforçarem a sua unidade e acção organizada em torno de problemas e interesses comuns na luta pelo exercício pleno dos seus direitos económicos, sociais, laborais, políticos e culturais fazendo do ano de 2005,um marco importante da luta organizada de mulheres por uma política alternativa à política de direita e que garanta :

- Os direitos laborais, o acesso e a segurança no emprego, salários dignos e respeitadores do principio “a trabalho igual salário igual”, que respeite os direitos da maternidade-paternidade, como função social do Estado, que proíba todo o tipo de discriminações directas e indirectas baseadas no sexo;

- o acesso universal a todas as cidadãs e cidadãos ao Sistema Público de Segurança Social com a melhoria significativa das prestações sociais e uma adequada política social de combate à pobreza e em prol dos grupos sociais mais vulneráveis;

- a criação de uma rede nacional pública - de qualidade e preços acessíveis - de creches, jardins de infância e ATL’s ;

- o direito à saúde, os direitos sexuais e reprodutivos, com base nos serviços públicos, e desenvolva as estruturas que permitam levar a educação sexual aos jovens e às escolas, um planeamento familiar gratuito, para raparigas e rapazes, o acesso à contracepção (incluindo a contracepção de emergência); uma assistência condigna à mulher no parto e na gravidez e à criança recém-nascida,

- a alteração à actual lei do aborto visando a sua despenalização a pedido da mulher até às 12 semanas de gravidez, com o adequado apoio nos serviços de saúde;

- medidas efectivas de combate à prostituição e ao tráfico de mulheres e crianças para efeitos de exploração sexual, atacando as causas económicas e sociais que estão na sua base e penalizando severamente as redes de tráfico.


Por um Portugal com Futuro !

Viva o XVII Congresso do PCP !