Nota da Comissão Política do Comité
Central do PCP
Do salão nobre do Pavilhão dos Desportos para o cemitério
do Alto de S. João, realiza-se na terça-feira, dia 13, às
18 horas, o funeral dos nossos camaradas Pedro Soares, membro do Comité
Central, e a sua companheira Maria Luísa Costa Dias, destacada militante
do Partido.
A Comissão Política do CC do PCP enaltece o seu exemplo de militantes
e de combatentes, cujas vidas foram inteiramente dedicadas à luta pela
liberdade e pela democracia, pela paz e pela independência nacional, pela
defesa dos interesses dos trabalhadores e de todo o nosso povo. Pedro Soares
e Maria Luísa foram abnegados lutadores pelos ideais do Socialismo e
do Comunismo.
Pedro Soares passou 12 anos nas prisões fascistas, 6 dos quais no Campo
de Concentração do Tarrafal, onde esteve submetido ao regime de
trabalhos forçados. Começou a luta contra o fascismo aos 16 anos
de idade. Foi preso 5 vezes, a primeira quando tinha 19 anos. Nestas várias
prisões foi brutalmente torturado, desde ferozes espancamentos à
cruel tortura do sono. Evadiu-se das prisões da Pide em Outubro de 1954,
para retomar o seu lugar na luta, e voltou a evadir-se em 1960 da Fortaleza
de Peniche com outros camaradas. Foi um dos reorganizadores da Federação
das Juventudes Comunistas e, de modo particular, do sector estudantil de Lisboa.
Participou na reorganização do Partido em 1941-1942. Tinha 40
anos de Partido, 22 de vida clandestina e era membro do CC há 22 anos.
Maria Luísa Costa Dias começou também desde muito jovem
a luta antifascista. Ainda nos anos 30 pertenceu ao Socorro Vermelho, organização
internacional de solidariedade. Mais tarde viria a desenvolver grande actividade
em campanhas nacionais e internacionais de solidariedade e pela libertação
de presos políticos. Passou 7 anos nas prisões fascistas e viveu
cerca de 20 anos na clandestinidade. Era membro do Conselho da Federação
Democrática Internacional das Mulheres.
A Comissão Política do Comité Central do PCP convida
as organizações, militantes e amigos do Partido, e os antifascistas
em geral, a fazerem-se representar ou a incorporarem-se no funeral dos nossos
saudosos camaradas.
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