Partido Comunista Português
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PCP no Campo Pequeno

Artigos do jornal Avante! sobre Congresso do PCP
Organização Regional do Algarve - Gisela Palma
Sábado, 29 Novembro 2008
gisela_palma.jpgEm nome dos militantes da Organização Regional do Algarve do PCP quero saudar o nosso XVIII Congresso, os seus convidados e delegados, e por seu intermédio todo o colectivo partidário.


Intervenção de Gisela Palma
Membro do secretariado e do Executivo da Direcção da Organização Regional do Algarve


Camaradas

Em nome dos militantes da Organização Regional do Algarve do PCP quero saudar o nosso XVIII Congresso, os seus convidados e delegados, e por seu intermédio todo o colectivo partidário.

Tendo como ponto de partida uma organização fragilizada, onde durante muitos anos a direcção do Partido se afastou das orientações centrais, onde as prioridades de trabalho do Partido se inverteram, os militantes foram afastados das decisões sobre a vida do Partido e foram perdendo a sua militância, capacidade de resposta e de proposta, muitos foram os avanços realizados nos 4 anos que decorreram entre o XVII e XVIII Congressos.

Com diferentes respostas de concelho para concelho, de organização para organização, podemos afirmar que o Partido está mais organizado, estruturado e enraizado no Algarve.

Na 3ª e última fase de preparação do Congresso, realizaram-se 69 reuniões e assembleias plenárias, envolvendo 750 camaradas (cerca de 60% da organização), tendo participado no total das iniciativas realizadas no âmbito da preparação do Congresso cerca de 950 camaradas.

As orientações saídas do XVII Congresso foram marcos determinantes para que, se tenha desenvolvido uma permanente intervenção e actividade em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, uma maior ida para a rua, um maior contacto com a realidade concreta, confirmando-se o Partido no Algarve como o Partido da classe operária e de todos os trabalhadores.

A decisão tomada pelo comité central de lançar a campanha “Sim é possível um PCP mais forte”, tendo como um dos eixos centrais a acção nacional de contacto com os membros do Partido, que se iniciou em 2003, para esclarecimento da situação dos militantes, actualização dos seus dados e elevação da sua participação na vida do Partido, e que terminou oficialmente em Junho de 2005, constituiu uma das mais relevantes tarefas de reforço do Partido.

Tarefa complexa e de grande envergadura, possibilitou o alargamento do núcleo activo, o aumento do valor das quotizações e do seu efectivo pagamento, a actualização da realidade partidária nas empresas e locais de trabalho, bem como de moradas e contactos que permitem hoje saber quantos somos, onde estamos e como somos. Permitem hoje mais facilmente contactar a organização.

Recrutaram-se 237 novos militantes desde o XVII Congresso. Importa termos presente que destes novos militantes, 125, ou seja, 52%, têm até 40 anos. Trata-se de um potencial a que importa cada organização dar atenção, tomando medidas para o seu enquadramento partidário. Dos 237 novos recrutamentos, 76 são mulheres, o que corresponde a uma percentagem de 32%. Também neste aspecto, sendo certo que desejamos mais e melhor, estamos em presença de uma percentagem muito interessante. 

Neste período, abriram-se Centros de Trabalho em vários concelhos da região, aumentou o número de compradores e leitores da imprensa do Partido, abriram-se novas ADE’s, para além das acções de venda especial do Avante!.

Passámos de uma região onde não existia organização dos militantes por empresa, locais de trabalho ou sectores sócio-profissionais, para uma região onde actualmente existem cerca de 300 camaradas organizados desta forma, ou seja, cerca de 70% dos militantes que trabalham.

Isto é, camaradas, estamos em presença de indicadores que abrem perspectivas para um mais profundo trabalho de reforço orgânico, de penetração em novas camadas etárias, para mais se tivermos em conta que o panorama partidário à partida era de uma elevada média etária.
 
Não isento de dificuldades, há hoje uma maior consciência da necessidade do reforço orgânico do Partido; a consciência de que o Partido tem um projecto e uma identidade que não podem ser diluídas em erradas concepções unitaristas que nalguns casos assumiu um forte registo e que ainda hoje não estão completamente ultrapassadas.
 
Camaradas,

Se é verdade que muito se avançou em termos orgânicos, temos de reconhecer que pela frente temos muito para fazer.

Para que isso seja possível é necessário que os organismos de direcção cumpram o seu papel e as suas responsabilidades e que cada um de nós se assuma como um organizador; que cada um de nós se assuma como um promotor de medidas que nos permitam vencer as lacunas que temos; que cada organismo veja no concreto da sua realidade, como organizar o Partido nas empresas, locais de trabalho, como dar vida às células de empresa e sectores profissionais constituídos, bem como às Comissões de Freguesia entretanto criadas.

A nossa realidade regional marcada pela existência de um tecido empresarial muito fragmentado, constituído na sua quase totalidade por micro, pequenas e médias empresas, que na sua grande parte são familiares, não altera o facto de sermos comunistas. Nem o facto de vivermos numa região, onde o Golf, os Resorts de luxo e o Turismo, são a expressão visível de um crescimento que não constituiu desenvolvimento nos deve limitar. Antes pelo contrário camaradas.

Numa região onde impera o desemprego, a precariedade e os baixos salários, somos a única voz que se levanta em defesa dos trabalhadores e das populações. Que se indigna por esta política que origina tamanhas desigualdades, onde os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais miseráveis. No Algarve, os 5% mais ricos detêm uma riqueza igual aos 60% mais pobres.

Isto porque continuamos a ser um Partido com uma natureza de classe, com uma identidade, com uma ideologia – o marxismo-leninismo. Continuamos a ser um Partido com regras de funcionamento interno que asseguram a sua unidade e coesão. Continuamos a ser um Partido com um projecto revolucionário e transformador, que luta pelo Socialismo e pelo Comunismo.

Como linhas essenciais para o reforço do Partido, coloca-se a necessidade de que:

- se avance com mais determinação no funcionamento das células de empresa e dos sectores sócio-profissionais;

- se enquadrem os novos recrutamentos em organismos, aproveitando o potencial de luta e acção destes novos camaradas que regra geral estão mais disponíveis para as tarefas e responsabilidades, e que se estabeleçam novos objectivos de recrutamento, nomeadamente o recrutamento orientado para sectores e áreas onde sejam maiores as nossas fragilidades;

- se prossiga com a discussão que vise que mais e mais militantes comprem o Avante! e o Militante;

- se reforce financeiramente o Partido;

- se estabeleça uma maior ligação aos trabalhadores e populações, em suma, em concreto, à vida.

Camaradas,

Com a mesma confiança e alegria com que chegámos até aqui, iremos seguramente vencer as dificuldades com que nos deparamos e responderemos, também no Algarve, à altura da ofensiva deste Governo PS contra os trabalhadores e o povo.

Viva o XVIII Congresso!
Viva o Partido Comunista Português!