Partido Comunista Português
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Intervenção sobre os problemas e o papel do Partido na dinamização da luta das populações
Sábado, 27 Novembro 2004

Manuela Pinto Ângelo, Membro do Comité Central e do Secretariado da DORS

 

Camaradas Delegados,
Camaradas e Amigos Convidados,

Como se afirma no Projecto de Resolução Política, os últimos quatro anos foram tempos de luta e resistência dos trabalhadores e outras camadas sociais, face à ofensiva ideológica e aprofundamento da política de direita.

No contexto da luta social e política assumiu grande importância a luta das populações, na qual desempenharam papel decisivo um conjunto de estruturas, cujo número tem crescido face à multiplicação de problemas.

São importantes e prestigiados movimentos sociais, com uma raíz profundamente popular, que contribuem de forma determinante para alargar a participação das populações na vida social e política, bem como para aumentar a sua consciência de que lutar é indispensável para a resolução dos seus problemas.

Recorrendo nomeadamente a abaixo-assinados, petições, concentrações, vigílias, manifestações, as populações desenvolveram múltiplas acções de luta e protesto em torno de diversificados problemas, por melhores condições no sector da saúde, no ensino, nos transportes e acessibilidades, nas questões ambientais, contra o custo de vida, na defesa de serviços públicos, entre outros.

O Partido esteve sempre presente, com uma postura combativa e criativa, nas lutas pelas grandes causas sociais e políticas, mas também pelas reivindicações mais imediatas e teve um papel fundamental na organização da luta das populações, assim como dinamizou a criação de muitos dos movimentos de utentes nos quais os comunistas, no quadro do trabalho em unidade, assumem particular responsabilidade no seu funcionamento.

A par da avaliação globalmente positiva que fazemos do papel do Partido na dinamização e organização da generalidade das lutas das populações, verifica-se, igualmente, que a acção partidária ficou aquém das possibilidades e necessidades porque persistem problemas no funcionamento de muitas das nossas organizações que as impede de estreitar a sua ligação às pessoas de que resulta uma falta de conhecimento dos seus problemas, das suas aspirações e do seu nível de descontentamento, assim como prejudica a iniciativa política das organizações que desta forma não cumprem o seu objectivo fundamental: intervir no meio em que actuam!

Constatando-se estas dificuldades na nossa intervenção só é possível uma atitude: agir com determinação para a sua superação.

Alargar a intervenção política e aprofundar a ligação do Partido às populações são pois aspectos essenciais que só serão concretizáveis se no centro das atenções de todos os organismos e militantes se colocarem os problemas das populações e a definição de propostas e iniciativas para lhes dar resposta.

É naquela ligação, fortalecida pelo conhecimento dos problemas, que reside a nossa capacidade de influência social e política.

O Projecto de Resolução Política aponta-nos o caminho. Do que se trata, agora é de o percorrer.

Certamente não será fácil, mas na nossa vida partidária facilidades não é propriamente aquilo a que estamos habituados, pelo que uma vez mais vamos ao trabalho com combatividade, criatividade e todo o empenho, acreditando na capacidade das organizações e de cada um de nós para vencer mais este desafio porque só desta forma o PCP se tornará mais forte.

E porque efectivamente do que se trata é de reforçar o Partido vamos trabalhar para concretizar o grande objectivo de termos mais e melhor Partido a intervir a nível local.

Para tal é imprescindível: que o conteúdo fundamental das reuniões seja para discutir mais os problemas das populações e que dessa discussão se dê prioridade à organização da luta como o melhor caminho para a sua resolução; a elevação do conteúdo do trabalho das organizações locais de modo a tornar natural e permanente a iniciativa política e a tomada de posições públicas próprias sobre problemas locais, no âmbito de uma acção contínua de informação e comunicação; elaborar, divulgar e valorizar as propostas e projecto do Partido para o desenvolvimento local; contactar com sectores de opinião democráticos, cidadãos independentes e estruturas e instituições de carácter económico, social, cultural e científico; tomar a iniciativa no plano da organização da luta das populações e estimular e apoiar a criação dos movimentos sociais.

Na concretização destes objectivos é da máxima importância a participação e a acção dos comunistas nas organizações e movimentos sociais que pela sua ligação privilegiada às populações devem contribuir para a elevação da sua consciência social e política, para o reforço e influência do Partido e para os objectivos mais gerais da luta e do projecto político do Partido de transformação da sociedade.

O reforço da intervenção partidária no plano local, em torno dos problemas concretos, na defesa dos interesses das populações e na dinamização da sua luta, será um contributo valioso e imprescindível para aumentar o prestígio do Partido junto dos trabalhadores e das populações, indispensável ao seu crescimento e alargamento da sua influência social, política e eleitoral.

O papel do PCP, como a grande força política que está em condições de combater sem hesitações a política de direita e de dinamizar a acção de massas contra tal política exige, face à ofensiva em curso contra fundamentais conquistas democráticas e as condições de vida das populações, o desenvolvimento da luta no plano social e da sua elevação a luta política, o fortalecimento do movimento operário e popular, o aumento da influência do Partido nas suas estruturas, a articulação da luta de massas com a acção nas instituições e a dinamização da iniciativa política das organizações locais do Partido.

Porque acreditamos que é possível um PCP mais forte, porque queremos construir uma sociedade nova, a sociedade socialista, vamos de forma determinada – “Organizar, intervir, lutar. Afirmar o PCP!”

VIVA O XVII CONGRESSO!
VIVA O PCP!