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Conclusões do 16.º Congresso Nacional da JSD
Intervenção do Deputado Bruno Dias
Quarta, 02 Outubro 2002

Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Nuno Sá,

Começo por lhe dirigir uma palavra de felicitação pela recente realização do Congresso Nacional da JSD e, não estando em cima da mesa a discussão de assuntos internos de organização, interessa conhecer, mais concretamente, a apreciação que foi feita pela JSD sobre o rumo político e as medidas assumidas pelo Governo.

Sendo certo, à partida, uma ideia fundamental, de que não é possível haver boas políticas de juventude quando subordinadas ou agregadas a más orientações políticas gerais, penalizadoras da população e penalizadoras da juventude, gostaríamos de ouvir a vossa opinião sobre as medidas que o Governo adoptou, especificamente relacionadas com a juventude.

De um conjunto de áreas abordadas pelo Sr. Deputado — e fê-lo de uma forma muito preocupante, quanto a nós —, gostaria de destacar uma, que é um problema maior e que se faz sentir em milhares e milhares de jovens portugueses, refiro-me à questão da habitação, à aquisição de habitação própria.

Ora, sendo este um problema sentido por tantos jovens deste país, e agora agravado com o fim do «crédito jovem» para a habitação, em vigor desde ontem, a JCP iniciou em Maio deste ano uma campanha de assinaturas, que passou, inclusivamente, por uma acção simbólica em frente a esta Assembleia, e recolheu até agora mais de uma dezena de milhar de assinaturas, no sentido de protestar, criticar, recusar a medida tomada pelo Governo nesta área. Esta campanha alargou-se a todas as capitais de distrito, onde se mobilizaram esforços e se recolheram as opiniões dos jovens contra esta medida tão gravosa e tão penalizadora.

Na intervenção que o Sr. Deputado faz, de alguma forma pode dizer-se que «chuta para canto» o problema da habitação própria. E, quando fala em entregar ao mercado e às suas dinâmicas a resolução deste problema, quando fala em regular o mercado e em intervir pela via do arrendamento, a questão, Sr. Deputado, é muito simples: o problema da habitação própria persiste e, até se pode dizer, agrava-se. Agrava-se com a nova medida — «é pior a emenda do que o soneto» —, quando se fala do fim do limite de 30 anos para o crédito, em que o que está em causa não é mais do que uma consequência do aumento do endividamento dos portugueses, tornando-os ainda mais vulneráveis aos interesses da banca. No limite, o endividamento será para toda a vida.

Vem o mal, vem a caramunha, Sr. Deputado!

 

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