Mário Rui Peixoto, Membro da Comissão Política da
Direcção Nacional da JCP
Camaradas
A Juventude identifica-se por sentimentos, interesses e problemas comuns.
A vontade de independência e de participação, o gosto
de conviver, de experimentar e descobrir, a fraternidade e a procura da
felicidade, são características próprias dos jovens,
que fazem da juventude uma força social de desenvolvimento e de
progresso. Contudo, os problemas e dificuldades com que os jovens se deparam,
os diferentes percursos de vida negativos que resultam da ofensiva ideológica
do capital, são factores que limitam a sua real força.
É necessário respeitar, potenciar e valorizar essa força
e compreender a juventude como uma camada social que tem um papel importante
no presente.
É neste sentido que o PCP assume uma linha de trabalho para a
juventude na qual a JCP é um instrumento fundamental para a desenvolver
e aprofundar a ligação dos comunistas ao movimento juvenil.
A juventude viu-se confrontada com um violento ataque aos seus direitos.
Na continuação da política de direita do PS, o governo
PSD-PP pôs em prática o ajuste de contas com Abril.
O governo PS impôs as propinas no superior, criou a revisão
curricular do secundário, manteve a criminalização
da IVG, envolveu-nos na guerra contra a Jugoslávia, etc..
A política do Governo PSD-PP está à vista: O aumento
das propinas no superior, as revisões curriculares do secundário
e do profissional e a lei de bases da educação, são
fruto de uma estratégia privatizadora e elitista da educação,
querendo acabar com a democracia nas escolas e com a educação
pública, gratuita e de qualidade para todos.
No mundo do trabalho o objectivo é criar uma nova geração
sem direitos e sem consciência social e política.
Está em marcha o novo código de trabalho, o aumento da precariedade
e do desemprego. O fim do crédito bonificado à habitação,
os cortes e a instrumentalização no apoio ao associativismo
juvenil, a falta de medidas no combate à toxicodependência
e ao alcoolismo, a postura racista e xenófoba do Governo, a subserviência
aos senhores da guerra e a falta de incentivo à cultura marcam
o dia-a-dia dos jovens em Portugal.
Apesar das diferenças sociais, etárias, económicas,
políticas e ideológicas, os jovens têm construído
importantes espaços de unidade em torno dos seus interesses e de
confronto com as políticas de direita.
O movimento da Juventude assume formas de organização diferenciadas,
formais e não formais, que intervém em múltiplas
áreas, desde a educação ao emprego, da cultura à
arte, do desporto ao ambiente.
Disso são exemplos realizações onde participaram
milhares de jovens. As manifestações dos estudantes do superior
pela revogação da lei de financiamento, as muitas e diversificadas
formas de luta no secundário contra a revisão curricular
e os problemas das escolas, as lutas dos estudantes do ensino profissional
contra as propinas e a revisão curricular, as acções
convocadas pela CGTP-IN, as comemorações do 25 de Abril,
os milhares que estiveram nas manifestações pela paz e contra
a ocupação do Iraque, a luta pela despenalização
da IVG, assim como a intervenção de milhares de jovens em
várias associações juvenis de base local.
A juventude sofre as consequências de diferentes áreas de
governação. Assim sendo, a política de juventude
deve ser transversal às várias políticas sectoriais,
sendo necessária uma política integrada e coordenada com
vista a apoiar e valorizar a participação dos jovens e que
vá ao encontro dos seus anseios e aspirações.
O movimento juvenil é subestimado e desvalorizado por grande parte
do poder político que o ignora e limita. Todo o movimento juvenil
que não corresponde à padronização imposta
pelos mecanismos utilizados pelo poder é posto de lado. Aliás,
procuram, mistificando e atribuindo falsas características à
juventude, encobrir e limitar a participação dos jovens
impedindo a elevação da sua consciência política
traçando um caminho de desincentivo à participação.
As propostas e intervenção da JCP e do PCP têm correspondido
às justas reivindicações dos jovens. As lutas juvenis
têm um insubstituível contributo dos militantes da JCP, a
organização revolucionária da juventude portuguesa.
O programa do nosso Partido e a sociedade nova que defendemos assenta
em ideais de justiça, liberdade, democracia, igualdade, paz e solidariedade.
Podemos dizer que a juventude precisa do PCP e que o PCP é o Partido
da Juventude!
A JCP, nos últimos 4 anos, foi protagonista de várias realizações.
Realizou o seu 7º Congresso que resultou no reforço de inúmeras
organizações regionais da JCP, do trabalho junto dos jovens
trabalhadores e no início do trabalho no ensino profissional e
no associativismo de base local.
Estamos a comemorar o 25º aniversário em profunda ligação
com a juventude e as suas lutas, com inúmeras iniciativas de norte
a sul do país, envolvendo milhares de jovens aos quais pretendemos
levar também o nosso Agit, o jornal da JCP, agora melhorado.
Saudamos e orgulhamo-nos que a JCP tenha assumido a presidência
da Federação Mundial da Juventude Democrática. A
maior organização mundial de organizações
juvenis anti-imperialistas
A realização, em 2005, do 16º Festival Mundial da
Juventude e dos Estudantes, na Venezuela Bolivariana, sob o lema Pela
solidariedade e a paz, lutemos contra o imperialismo e a guerra, será
um momento alto da luta anti-imperialista.
Aderiram à JCP cerca de 4500 jovens desde o último Congresso
do PCP. Este facto evidencia um claro poder de atracção
por parte das propostas e ideias da JCP e do PCP que merece ser valorizado.
Saudamos o número de quadros da JCP que passaram para tarefas
do partido, sendo também um sinal positivo que, das novas adesões
ao partido desde o último Congresso, cerca de 40% tenha menos de
30 anos.
Estes dados não pretendem esconder dificuldades e atrasos, mas
antes destacar as potencialidades do nosso trabalho para o rejuvenescimento
do Partido e reforço da acção junto da juventude.
A JCP saúda o 17º Congresso do nosso Partido e por via dele
todo o colectivo partidário e o Povo Português. Orgulhosos
da nossa história, uma história indissociável das
lutas dos jovens e dos trabalhadores, com a consciência do nosso
papel heróico, continuaremos com dedicação, a luta
pelo fim do Capitalismo e pela construção do Socialismo
rumo ao Comunismo!
A este sonho, muitos chamam utopia. Nós chamamos futuro. É
com este profundo amor que continuaremos a dizer bem alto, como fizemos
na nossa Festa do Avante: O sonho tem Partido!
Viva a Juventude Portuguesa
Viva a Juventude Comunista Portuguesa
Viva o 17º Congresso do Partido Comunista Português