Partido Comunista Portugu�s
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XXVII Congresso Nacional do PSD
Intervenção de António Filipe
Quarta, 13 Abril 2005

 

Sr. Presidente,Sr. Deputado Miguel Macedo,

Em nome da bancada do PCP, quero apresentar os nossos cumprimentos aos órgãos dirigentes do PSD eleitos neste último congresso.

Relativamente à sua intervenção, quero dar nota de uma surpresa e conta de uma interrogação, da nossa parte.

Começo por registar que da sua intervenção resultou aquilo que é uma evidência para quem acompanhou os trabalhos do Congresso do PSD, a saber, as prioridades que o PSD fixou, o que é absolutamente natural, relativamente às eleições autárquicas e às eleições presidenciais — nesse domínio, não há grandes novidades. Registámos até o que nos pareceu ser algum sentimento de alívio por parte do PSD por ter mudado de liderança e deixado de ter a Direcção que conduziu o PSD a um mau resultado eleitoral e o País a uma péssima situação, o que, aliás, se reflectiu no facto de o PSD ter deixado de ser Governo e passado a ser oposição. Registamos, pois, esse sentimento de alívio que sentimos nos militantes do PSD, mas, obviamente, para nós, não é o facto de o PSD ter mudado de liderança que representa uma alteração estratégica naquela que é a orientação política do PSD. E se é verdade que conjunturalmente estamos ambos na oposição, também é certo que estamos em oposições muito diferentes: os senhores são oposição de direita, nós somos oposição de esquerda, ao actual Governo.

E aquilo que esperamos do actual Governo é precisamente que se afaste daquela que foi a orientação que o PSD imprimiu ao governo do País nos últimos três anos.

Isto é claro para nós, é claro para os senhores e também não é daqui que vem novidade alguma.

Agora, qual foi a surpresa com que ficámos? A surpresa foi os senhores virem exigir um orçamento rectificativo. É porque se fica com a sensação de que o Orçamento que está em vigor não é, ainda, o vosso. A menos que os senhores entendam que o Orçamento não é o vosso, que foi do CDS-PP, e, por isso, venham agora exigir a sua alteração…

Portanto, ficámos surpreendidos com o facto de o PSD vir reivindicar que o Governo do Partido Socialista proponha a alteração do Orçamento feito pelos senhores.

Qual é a indefinição e a pergunta que gostaria de colocar-lhe? Ouvimos com muita atenção a intervenção do Sr. Deputado Luís Marques Mendes, já como Presidente do PSD, e o que referiu a propósito do referendo europeu. Registámos a prioridade que o PSD quer dar ao referendo europeu e também consideramos indispensável que esse referendo se realize e com a celeridade possível, mas ficámos sem perceber qual é a posição do PSD relativamente à nova posição do PS quanto à simultaneidade com as eleições autárquicas.

Por isso, a minha pergunta é a de saber se os senhores consideram que é adequado realizar um referendo com a importância que tem um referendo sobre o Tratado da Constituição Europeia, com o debate profundo que esse referendo implica, ao mesmo tempo em que estamos a discutir em cada um dos 308 municípios do País e das mais de 4000 freguesias opções sobre as quais o eleitorado tem de decidir no plano da sua localidade.

Pergunto, pois, qual é a posição do PSD relativamente a esta proposta do PS, da simultaneidade do referendo europeu com as eleições autárquicas.