A realidade do distrito de Viseu continua a caracterizar-se por graves problemas económicos e sociais, provocados e acentuados por sucessivos governos.
Intervenção de João Cordeiro Membro da Direcção da Organização Regional de Viseu do PCP
Camaradas! A realidade do distrito de Viseu continua a caracterizar-se por graves problemas económicos e sociais, provocados e acentuados por sucessivos governos. Viseu, nos últimos 4 anos, tem vindo a assistir a uma progressiva desertificação provocada por fenómenos de interioridade, que se traduzem num envelhecimento da população e na fuga das populações mais jovens para o litoral ou para a emigração. O nosso distrito caracteriza-se por ser eminentemente agrícola. Uma agricultura de subsistência de carácter familiar e complementar, os baixos rendimentos que os agricultores dela tiravam tem vindo a tornar-se cada vez mais exíguos. Hoje o que se apresenta é uma agricultura em ruínas, marcada pela ausência de uma política governativa que a estimule e proteja. Nos últimos anos, a governação do PS, ao serviço dos grandes interesses, foi responsável pelo abandono da agricultura e pela destruição da imagem e rentabilidade de produtos de qualidade, como é o caso dos vinhos do Douro, do Dão, Távora - Varosa, da maçã, castanha, carne arouquesa, entre outros. É de referir ainda, que o distrito de Viseu tem na floresta e nos baldios uma importante fonte de recursos que, pelas mãos do governo, também não escapa à gula dos grandes interesses privados. No domínio da industria, o distrito tem assistido à falência e às crescentes dificuldades de um vasto conjunto de micro, pequenas e médias empresas, bem como à deslocalização de outras de maior dimensão, o que tem trazido aumento do desemprego, da precariedade e crescimento da emigração. A massa salarial, diga-se, é das mais baixas do país. O abandono a que as politicas de Direita têm sujeitado o distrito de Viseu acentuou-se profundamente com a arrogância e a desumanidade da actual maioria socialista, traduzida numa política cega de encerramento de serviços públicos, onde se destaca a Maternidade de Lamego, SAPs e Centros de Saúde, centenas de escolas, postos da GNR, anunciando-se para breve a extinção de serviços da PSP, instalações militares, Tribunais e serviços da Segurança Social. Neste quadro de declínio económico-social, num distrito estruturalmente atrasado, fortemente marcado por instituições conservadoras, tem-se vindo a assistir nos últimos anos, a uma tentativa de branqueamento da história assente no anti-comunismo, na limitação da liberdade e no ataque aos valores saídos de Abril. Exemplos disto - a tentativa de criar, em Santa Comba Dão, sob a capa de museu, um verdadeiro hino de exaltação a Salazar e aos valores fascistas, o julgamento e condenação pelo Tribunal de Viseu de activistas da JCP em pleno exercício de actividade política consagrada na Constituição, ou a destruição sistemática da propaganda do partido por parte de várias Câmaras Municipais, quer do PS, quer do PSD, com especial relevância para a Câmara Municipal de Viseu. É neste quadro político complexo, dominado pelos partidos e pela política de Direita que os Comunistas de Viseu continuam a intervir determinadamente ao lado das populações, através das organizações do partido e movimentos unitários. O Partido em Viseu não só tem estado ao lado das populações nas suas justas reivindicações, como tem sido verdadeiro motor das lutas, é assim na luta dos agricultores e na defesa dos baldios, na defesa do emprego com direitos, na luta contra a precariedade e o encerramento de empresas, pelo desenvolvimento económico e social do distrito, contra o encerramento de serviços públicos, pela interrupção voluntária da gravidez, pelos direitos das Mulheres e na defesa das liberdades e garantias das populações. Foram muitas as lutas travadas pelo Partido em Viseu: pela Universidade pública, pela revitalização da linha do Vouga, pelo matadouro público de Viseu, contra as portagens na A25 e A24 ou contra o Museu Salazar. Relevante, também, a presença nos Movimentos Unitários, como sejam o Movimento Douro sem Portagens, Movimento em Defesa das nossas Escolas, Movimento dos Utentes dos Serviços Públicos de Saúde, CUDAP – Comissão de Utentes em Defesa da Água Pública e Comissão dos Ex-Mineiros das Minas da Urgeiriça Deste cenário de luta, denúncia, esclarecimento e mobilização, resultou um fortalecimento e crescimento do partido. Assim, nos últimos 4 anos, assistiu-se a um reforço dos quadros do partido, com a entrada de 300 novos militantes, (1/3 da organização actual). Concluiu-se a campanha de contactos, deu-se uma profunda reorganização orgânica com a realização de assembleias, das quais resultaram uma reestruturação de várias concelhias e a criação de organizações inter-concelhias. Camaradas, estamos convictos que as reflexões e dinâmicas saídas deste XVIII Congresso vão ser fundamentais para a construção de uma verdadeira alternativa de Esquerda. Em nome da DORV Viva ao XVIII Congresso. Viva aos Trabalhadores Portugueses e ao seu partido, o Partido Comunista Português!!!!!!!
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