Inicio
Intervenções e Artigos
Posições Políticas sobre IVG
PCP na AR sobre IVG
Tempos de Antena do PCP
Fotos da Campanha
Apelo do Comité Central do PCP
Questões Legais sobre Referendo
 Folheto IVG -2ª Fase
Folheto em PDF
Depoimentos em video



Início arrow PCP na AR sobre IVG
Problemas da criminalidade
Quarta, 03 Setembro 2008

prisoes.jpgOs problemas da criminalidade estão na ordem do dia, são reais e causadores de sentimentos compreensíveis de intranquilidade e alarme social ainda que agravados pelo impacto da excessiva mediatização, muitas vezes intencional e nada inocente a que este fenómeno da insegurança tem estado sujeito.

 

 

Conferência de imprensa

I

Os problemas da criminalidade estão na ordem do dia, são reais e causadores de sentimentos compreensíveis de intranquilidade e alarme social ainda que agravados pelo impacto da excessiva mediatização, muitas vezes intencional e nada inocente a que este fenómeno da insegurança tem estado sujeito.

Mas, tão real como a criminalidade e os sentimentos de insegurança é o sentimento da fragilização do Estado nesta área, que claramente favorece a impunidade e potencia mais actuações criminosas.

A ausência de respostas eficazes na área da administração interna é real e está à vista na pobreza das explicações e propostas do ministro das polícias e na auto-suficiência do Primeiro-Ministro Sócrates. E não pode ser escondida pelo foguetório mediático das operações "a quente" nos bairros pobres das áreas metropolitanas com rusgas e cercos de efeitos espectaculares mas escassos resultados, ao que se conhece.

A persistência da situação de insegurança no país continua, portanto, nas preocupações do PCP. Faz falta ao país uma estratégia coerente de prevenção e repressão do crime. Mas torna-se urgente a definição e aplicação de medidas que no curto prazo possam suster o avanço da criminalidade.

Essas medidas situam-se na nossa opinião de forma mais imediata em dois campos distintos: a legislação criminal e o reforço dos meios das forças de segurança.

II

Em relação à legislação criminal o PCP irá propor regime que se reponha a possibilidade de aplicação da prisão preventiva desta medida de coacção para crimes puníveis com pena de prisão superior a três anos em vez dos cinco actualmente previstos após uma alteração em que apenas o PCP votou contra e que foi votada favoravelmente por PS, PSD e CDS-PP. Esta alteração permitirá que seja sujeito a prisão preventiva quem praticar crimes violentos que hoje fogem a essa possibilidade, como é o caso de alguns dos previstos na Lei das Armas.

Proporemos igualmente a alteração aos processos especiais previstos no Código de Processo Penal de forma a que possa ser mais frequente a sua utilização e mais célere o julgamento de arguidos detidos em flagrante delito ou quando haja provas simples e evidentes de que resultem indícios suficientes de se ter verificado o crime e de quem foi o seu agente.

Apresentaremos ainda uma alteração à Lei n.º 51/2007, a Lei das Prioridades da Política Criminal, no sentido de afastar constrangimentos legais hoje existentes que inibem os magistrados do Ministério Público de promover a aplicação da prisão preventiva quando entendem que tal se justifica.

III

Em relação ao reforço dos meios das forças de segurança a realidade tem vindo a demonstrar que o PCP tem razão quando defende mais investimentos em recursos humanos, materiais e infraestruturas que permitam dar um salto qualitativo no policiamento de proximidade e com visibilidade, na criação de mais e melhores esquadras de bairro e postos residenciais de polícia em zonas problemáticas e no combate ao crime organizado e violento.

Não tem sido essa a postura do Governo, que subordina também a segurança das populações aos critérios do défice orçamental. Os investimentos nesta área são actualmente enquadrados, numa base plurianual, por uma Resolução do Conselho de Ministros de Março de 2007 (44/2007) e pela Lei de Programação de Meios das Forças de Segurança, de Setembro de 2007 (61/2007).

Essa programação assentava na não realização em 2008 e 2009 de concursos de admissão para a GNR e para a PSP, que contribuiria com 131 dos 201 milhões de euros de acréscimo de investimento nas forças de segurança prometidos pelo Governo. Essa foi aliás a razão fundamental do voto contra do PCP na Lei de Programação, que foi aprovada com os votos a favor do PS, do PSD e também do CDS-PP.

A vida veio obrigar o Governo a recuar e a abrir concursos de colocação para as forças de segurança anulando essa fonte de financiamento. Não se sabe igualmente o que se passa com a alienação de património, que contribuiria com mais 60 milhões de euros para o acréscimo do programa plurianual de investimentos.

Segundo dados da Direcção Geral do Orçamento, a execução orçamental das verbas de investimento do Ministério da Administração Interna foi, no primeiro semestre, de apenas 14%.

Assim, o PCP desafia o Governo:

1 - A antecipar a revisão da Lei de programação de instalações e equipamentos das forças de segurança, prevista só para 2009, de forma a que seja aprovada antes do próximo orçamento de Estado, visando designadamente:

               - Antecipar num ano a calendarização dos investimentos previstos para o quinquénio, procurando concentrá-los o mais possível em 2009;

               - Compensar o financiamento antes previsto     com base na não incorporação de novos elementos das forças de segurança com as verbas adicionais correspondentes

2 - A informar a Assembleia da República do número de instalações das forças de segurança que foram já substituídas ou remodeladas, tendo em conta as 55 instalações da PSP e as 70 da GNR, que segundo a própria Resolução do Conselho de Ministros de Março de 2007, necessitavam dessa intervenção.

3- A informar a Assembleia da República do número de efectivos adstritos a funções não operacionais que passaram a estar integrados na actividade operacional, tendo em conta a previsão de libertação de 6600 elementos da PSP e da GNR assumida na Resolução do Conselho de Ministros de Março de 2007.

3 de Setembro de 2008

 

Jornal «Avante!»
«O Militante»
Edições «Avante!»
Comunic, a rádio do PCP na Internet