Partido Comunista Português
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Intervenção sobre a luta contra o imperialismo Luta pela Paz e a Solidariedade Internacionalista
Domingo, 28 Novembro 2004

Ângelo Alves, Membro do Comité Central do PCP


Camaradas:

O mundo confronta-se hoje com uma violenta ofensiva do imperialismo, cujas raízes mergulham na sua natureza, e que constitui uma resposta de força às dramáticas e explosivas contradições do mundo e à crise do sistema capitalista.

Hoje o mundo está mais inseguro, instável, perigoso. A somar à exploração crescente dos trabalhadores, à inaceitável polarização da riqueza, ao recrudescimento de situações de catástrofe social, à delapidação de direitos e conquistas históricas, à regressão democrática e cultural e à mercantilização de várias esferas da vida social, surge o aprofundamento da faceta militarista do imperialismo.

A guerra; as ocupações militares directas; o aumento exponencial dos orçamentos militares; o desenvolvimento de novas armas e a admissão do uso da arma nuclear; o reforço da NATO e a tentativa de constituição de novos blocos político militares imperialistas como a União Europeia; as políticas securitárias de índole fascizante; o afrontamento do direito internacional e a subversão da ONU; o regresso de formas clássicas de dominação colonial; a banalização de práticas criminosas - como a tortura - e do terrorismo de estado - como na Palestina - são elementos constitutivos da tentativa de instaurar uma nova ordem mundial totalitária, hegemonizada pelos EUA, contra os trabalhadores e os povos.

Sob a capa de um suposto combate ao terrorismo, o militarismo conheceu novos e perigosos desenvolvimentos após os atentados de 11 de Setembro de 2001.

O “inimigo” invisível; a “luta da civilização contra os bárbaros” - sejam eles muçulmanos ou comunistas -; a suposta defesa da democracia e a imposição pela força dos chamados “valores ocidentais” a toda a humanidade, são o rastilho e a justificação da política militarista.

Uma política hipócrita de militarização das relações internacionais que usa a guerra para controlar recursos e garantir geo-estratégicas.

Uma política criminosa que assegura fabulosos lucros aos complexos militares industriais norte-americano e europeu e às multinacionais petrolíferas e da construção. Que serve e nasce dos interesses do grande capital, expandindo mercados, eliminando barreiras ao seu domínio e à circulação dos capitais especulativos.

Uma política ditatorial que revelando as suas raízes mais obscuras, tenta conter previsíveis explosões sociais e amordaçar os que resistem, apostando na sua criminalização e mesmo identificação com o terrorismo.

Mas, camaradas, por maior que seja o seu poderio não o vão conseguir. A razão está do nosso lado e nós estamos do lado do povos! E desta tribuna dizemos bem alto, como dissemos noutros difíceis períodos: Não nos calarão! A luta continua!

E assim é! Apesar da intensíssima campanha ideológica e psicológica de criação de uma paranóia securitária, de uma falsa dicotomia entre democracia e segurança, que procura esmagar consciências e incutir o medo, são cada vez mais evidentes as fraquezas da política de guerra do imperialismo.

A luta pela paz aí está e conheceu nos últimos anos importantes desenvolvimentos. Uma apaixonante luta pelo futuro da humanidade na qual é determinante a participação da classe operária e dos trabalhadores, a generosa contribuição da juventude, e o papel dos partidos comunistas e progressistas. Daqui saudamos o Movimento da Paz e outros movimentos que na sua diversidade de objectivos e acções concretas têm contribuído objectivamente para o estreitamento da base social de apoio do imperialismo.

Mas, sendo apaixonante, é também uma luta difícil. Estamos confrontados com novos e mais intensos desafios. Há que prosseguir a luta contra a política militarista do imperialismo a par com o contributo dos comunistas para o fortalecimento do Conselho Português para a Paz e Cooperação, do movimento da paz em Portugal e do Conselho Mundial da Paz.

Simultaneamente, a solidariedade com os povos vítimas das ameaças, ingerências e agressões do imperialismo assume importância decisiva. Muitos destes povos (com justa referência aos do Iraque, Palestina, Cuba e Venezuela) protagonizam hoje importantes processos de resistência demonstrando que o imperialismo não tem as mãos totalmente livres. Cabe-nos corresponder ao seu esforço envolvendo o nosso povo na realização de mais e diversas acções de solidariedade internacionalista.

E será das forças da solidariedade que nascerá o mundo novo por que lutamos. O caminho é só um, o da luta. Uma luta que o Partido Comunista Português, soube, sabe e saberá travar com audácia, coragem, coerência e determinação. Contra a exploração e a guerra, rumo ao socialismo!

Viva o XVII Congresso do PCP, Viva a solidariedade internacionalista!
Viva a JCP e o Partido Comunista Português!