Intervenção de Nelson Ferreira

Membro Sector Ferroviário e da Direcção da Organização Regional do Porto do PCP

Camaradas!

Em nome dos comunistas do sector ferroviário e muito particularmente em nome da célula da EMEF do Porto, gostaria de começar por saudar todos os participantes no XVIII congresso do PCP.

Tal como em muitos outros sectores, o sector ferroviário tem-se confrontado nos últimos anos com uma acentuada e contínua degradação das condições de trabalho e do nível de vida dos trabalhadores, com destruição de milhares de postos de trabalho e com uma feroz ofensiva contra a contratação colectiva.

Mesmo intervindo nestas condições, temos hoje um melhor conhecimento sobre os problemas que afectam os trabalhadores. Conhecer esta realidade permitiu-nos melhorar a estruturação e organização, potenciar as condições de intervenção, a responsabilizar quadros e a formá-los para a intensa luta de classes e confronto ideológico com que hoje cada vez mais nos defrontamos.

Os comunistas só estarão à altura das suas responsabilidades se se empenharem permanentemente em conhecer a realidade, aprendendo com as experiências próprias e com a história.

O conjunto de medidas adoptadas, no cumprimento das orientações para o reforço da acção e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho, permitiu-nos avançar na responsabilização de jovens e no reforço da luta dos trabalhadores onde, com a ajuda e solidariedade dos camaradas mais experientes, temos prestigiado o Partido e contribuindo para que neste sector haja uma elevação da consciência social e de classe, trazendo cada vez mais trabalhadores para a luta reivindicativa e contribuindo para o reforço e o rejuvenescimento das ORT`s.

Camaradas,

No quadro da crise, e cavalgando nela, o governo PS avança com o maior ataque de sempre à organização e direitos dos trabalhadores – o código do trabalho.

Este ataque sem precedentes tem como objectivo primeiro a destruição de direitos e da acção organizada dos trabalhadores nos locais de trabalho.

(Aproveito para, da tribuna do Congresso, expressar solidariedade com os 9 activistas alvo de tentativa de despedimento por integrarem um piquete de greve na jornada de luta de 1 de Outubro passado).

Esta nova situação exige que encontremos as soluções adequadas para organizar o Partido, reforçando a luta pelos direitos.

Agora mais do que nunca a presença organizada do Partido é vital.

Aliás, é precisamente neste contexto de grande ofensiva aos direitos laborais e às conquistas de Abril que a organização do Partido nos locais de trabalho é mais importante.

O aprofundamento do conhecimento das condições de trabalho, o papel organizado dos comunistas no esclarecimento, na mobilização para a luta reivindicativa, na exigência de melhores condições de trabalho e na denúncia das consequências das políticas de direita é insubstituível.

É importante ainda na articulação do trabalho da célula com a luta de massas e com a intervenção institucional, levando à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu a denúncia de muitos atropelos aos nossos direitos e à nossa dignidade.

Camaradas,

Desde o último Congresso registamos avanços enormes e temos hoje maior compreensão e empenho do colectivo Partidário.

Apesar dos avanços, estamos aquém das nossas possibilidades e das necessidades que o momento actual exige.

É fundamental continuarmos com o levantamento e responsabilização de quadros, principalmente operários, jovens e mulheres, responsabilizando-os e fazendo que cada vez mais militantes participem em cursos de formação política e ideológica. Em tempos de agudização da luta de classes mais necessário se torna cuidar da solidez das convicções revolucionárias e da sua fundamentação do ponto de vista da teoria do Marxismo – Leninismo. É necessário continuar o reforço na organização e intervenção junto da classe operária e dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho, dinamizando a intervenção e a iniciativa política do Partido. Assegurar uma melhor integração dos membros do Partido no Colectivo Partidário, aumentar a militância, avaliando a disponibilidade e capacidade de cada militante encorajando a sua iniciativa.

Aprofundando o trabalho já desenvolvido, corrigindo estrangulamentos ainda existentes e adequando linhas de trabalho às situações concretas de cada local de trabalho, é possível ultrapassar barreiras, criar mais células e reforçar o Partido.

Com persistência, firmeza ideológica e com a convicção da justeza das nossas propostas e do nosso projecto de sociedade, vamos reforçar a organização do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores.