Sr. Presidente, A situação na região do Corno de África e especialmente na Etiópia assume um dramatismo raramente ultrapassado e exige da Comunidade Internacional e nomeadamente da União Europeia uma atenção e uma ajuda correspondentes, de forma a suster uma catástrofe humana sem paralelo. É verdade que algo já foi considerado e tenho presente as 800 mil toneladas de ajuda alimentar que a União Europeia prevê fornecer. Mas não se pode descansar e é necessário, inclusivamente, vencer todas as dificuldades que se colocam no terreno, de forma a fazer chegar às populações famintas e moribundas, no mais curto espaço de tempo, os alimentos e os medicamentos de que elas necessitam. E para tanto é indispensável insistir firmemente junto dos governos dos países da região no sentido de que permitam e assegurem a rápida circulação e o acesso por parte das organizações internacionais às zonas de acantonamento dessas populações. Como essencial é que as mesmas organizações internacionais - a OMS, a UNICEF e a FAO, nomeadamente - actuem coordenadamente e com a celeridade e eficácia que a situação impõe. Fazendo chegar, como referi, a ajuda alimentar e sanitária, mas tomando igualmente medidas de relançamento do sector primário - determinante para a economia etíope -, com vista a garantir uma solução duradoura e de médio e longo prazo para a situação, o que poderá acontecer, desde logo, com o envio de técnicos e especialistas que assegurem a realização de projectos neste domínio. A gravidade da situação e a indispensabilidade de conceder um carácter excepcional e prioritário à solidariedade para com estas populações leva-me, finalmente, a solicitar à Comissão e em especial ao sr. comissário Nielson que nos informe regular e detalhadamente sobre o evoluir da situação e, em especial, sobre as medidas que estão e pensam desenvolver com vista a atenuá-la.