Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Instituições e órgãos da União Económica e Monetária: prevenir conflitos de interesses após o exercício de cargos públicos

Adam Farkas, Diretor Executivo da Autoridade Bancária Europeia, decidiu cessar as suas funções e imediatamente assumir novas funções, como Presidente Executivo da Associação para os Mercados Financeiros na Europa, da qual fazem parte gigantes europeus e mundiais do setor bancário e financeiro, tais como o Banco Santander, BNP Paribas, BBVA, Deutsche Bank, BlackRock, Goldman Sachs e a JP Morgan. O objetivo desta associação é defender e representar os interesses destas instituições, nomeadamente fazendo pressão junto das instituições com poder legislativo. Esta é mais uma situação de “portas giratórias”, um flagrante conflito de interesses, a fazer lembrar Durão Barroso, que saltou da presidência da Comissão Europeia para o banco Goldman Sachs, depois de ter sido responsável pela reforma da regulação do sector bancário na UE. Farkas e Barroso recebem, assim, o pagamento pelos seus bons ofícios e pela sua agenda de contactos. Esta resolução critica e denuncia, sugere medidas, pias e tímidas, que não tocam no essencial: a falência do modelo de regulação, inventado nos países capitalistas para retirar margem de manobra aos Estados e às políticas públicas e justificar privatizações. O estrondoso desabar do mito da independência de miríficas entidades reguladoras coloca na ordem do dia, com acrescido vigor, a necessidade de assegurar um efectivo controlo público do sector financeiro.

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