Os organismos executivos do Comité Central têm vindo a acompanhar a evolução da situação interna do Partido e, em particular, os comportamentos de alguns dos seus membros que, em intervenções públicas sobre os problemas internos e na promoção de iniciativas à margem da estrutura orgânica do Partido, vêm afrontando os Estatutos, as orientações congressuais e os princípios de solidariedade e lealdade que devem marcar o relacionamento entre os membros do PCP.

1. Tais comportamentos têm sido inseridos numa persistente campanha contra o Partido, prejudicando gravemente a sua imagem, designadamente ao longo dos últimos seis meses.

2. Estas atitudes, por demais evidentes, têm sido tomadas por camaradas que até há pouco tempo exerciam as mais altas responsabilidades na Direcção do Partido, inclusive participando na elaboração e aprovação das normas de funcionamento que todos os membros do Partido, podendo manter discordâncias, se comprometeram a respeitar.

3. Todos os apelos dos Organismos Executivos e do Comité Central para cessarem actividades consideradas prejudiciais à unidade e ao prestígio do Partido, não só não foram escutados, como se sucederam novos e graves passos, atitudes e iniciativas de confrontação pública.

De registar ainda que, já depois da realização da Conferência Nacional do PCP em 22 de Junho (que culminou um amplo debate democrático em todas as organizações do Partido), alguns membros do Partido reiteraram publicamente o seu propósito de continuar a desenvolver tais actividades.

Tendo em conta esta situação e estes factos, no passado dia 28 de Junho, o Secretariado do Comité Central, em colaboração com a Comissão Central de Quadros e em articulação com a Comissão Política e a Comissão Central de Controlo, decidiu, no âmbito das suas competências, convocar para audição ao abrigo do artº 60º dos Estatutos, com vista à eventual aplicação de sanções disciplinares por reiterada e frontal violação dos Estatutos, os membros do Partido, Edgar Correia, Carlos Luís Figueira e Carlos Brito.