Declaração de voto de João Ferreira no Parlamento Europeu

Incêndios de julho de 2018 na cidade de Mati, na região da Ática, Grécia, e a resposta da UE

A Grécia foi assolada por incêndios florestais devastadores, que provocaram a perda de 98 vidas humanas, centenas de feridos, milhares de sem-abrigo e prejuízos materiais e ambientais muitíssimo significativos. As áreas ardidas devido a incêndios florestais na UE correspondem, em média, a meio milhão de hectares de floresta e espaços naturais todos os anos. A despeito de variações consideráveis de ano para ano, 85% da superfície total ardida na Europa por ano está situada em cinco países mediterrânicos: Portugal, Espanha, França, Itália e Grécia. No momento presente importa prestar toda a solidariedade às vítimas, compensar, na medida do possível, as perdas sofridas e restabelecer, tanto quanto possível, a normalidade nas zonas atingidas. Para tal são necessários apoio de cariz excepcional a que a UE não deve faltar. Compreendendo as características naturais e climáticas dos países referidos, o papel do fogo na modelação dos próprios ecossistemas, importa reflectir sobre as causas que estão na origem de incêndios que provocam tamanho grau de devastação. Esta é uma realidade indissociável do impacto das políticas da própria UE, que promoveram a falência de milhares de explorações agrícolas e a desertificação do mundo rural. Inseparável também da ausência de políticas de ordenamento florestal e do território. Assim foi na Grécia. Assim foi em Portugal.

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