Nota do Gabinete de Imprensa do PCP

A fusão PT/OI ou um destino traçado pela política de direita PSD, PS e CDS

A fusão PT/OI ou um destino traçado pela política de direita PSD, PS e CDS

1. As notícias sobre a fusão da PT com a OI não espantam! É a conclusão, lógica do ponto de vista do capital privado, do processo iniciado com a privatização da PT, a que se seguiu a cedência nas golden share, e liberalização do mercado de telecomunicações, que passou pela venda da sua posição na VIVO à Telefónica, e posterior entrada na OI (ou vice-versa). A que se acrescenta um possível desinvestimento na UNITEL/Angola!

2. Do conjunto destes negócios e negociatas obtiveram, e vão continuar a obter, capitalistas e sectores financeiros, portugueses e estrangeiros, grossas maquias. Lembre-se o destino dos 7,5 mil milhões de euros da venda da VIVO, cujas mais valias foram transferidas de imediato para a Holanda, antes do fim do ano de 2010, furtando-se a imposições fiscais do Orçamento do Estado para 2011! O novo negócio é certamente uma boa notícia para os seus accionistas privados, entre os quais o BES e o Grupo Visabeira. Disso deu forte sinal hoje na Bolsa o PSI 20!

3. Fortemente penalizados ficam o País e os portugueses. Uma empresa estratégica, num sector estratégico (em várias dimensões), construída pelo trabalho dos portugueses e capitais públicos, passará a ter o seu comando estratégico (centro de decisões) fora do País (mesmo sendo uma maioria de capital multinacional que já predomina no capital social)!

Assim, a perda de influência estratégica far-se-à sentir, inaceitavelmente, em matéria de investimento e investigação / centro de competências, numa área tão nuclear como são as telecomunicações. Acrescente-se, é a segunda grande empresa igualmente «devorada» pelos capitais brasileiros, depois da CIMPOR, de importância nuclear na vida económica, social e política portuguesas, a levantar voo do País com o governo PSD/CDS, Coelho/Portas.

4. Estamos perante um atentado à soberania e independência nacionais. Denunciando a gravidade da possível concretização do «acordo de intenções para a fusão», o PCP tudo fará para frustrar o negócio! Nesse sentido, chamará com urgência à Assembleia da República o ministro da Economia, lembrando que a Caixa Geral de Depósitos tem ainda uma forte posição na PT (6,31%).

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