Intervenção de

Falecimento do Embaixador Álvaro Guerra<br />Intervenção da Deputada Luísa Mesquita

Homens como Álvaro Guerra que contaminaram vida e texto num processo dialógico, permanente e actuante não desaparecem, ausentam-se na procura de renovados alentos.Jornalista, Embaixador mas fortemente trabalhador da palavra escrita, Álvaro Guerra obriga-se e obriga à contundência dos confrontos.A sua narrativa histórica, bélica ou lírica, corrosiva do fascismo não silencia algum desencanto perante o processo democrático.Se em Os Mastins de 1967 o passado dialoga com o futuro histórico, o final da Trilogia enuncia alguma desilusão.Em Outubro de 2001, em Vila Franca de Xira, na sua terra de regresso e reconforto, Álvaro Guerra alertava para a importância da diversidade e da afirmação culturais como reforço de identidades próprias perante, dizia, "a ameaça de uniformização da rasoira brutal do dinheiro e da língua franca do progresso que melhora tudo menos o homem e a sua vida em sociedade".Aguardemos O Jardim das Paixões Perdidas, último legado que nos fará chegar em Maio e textualizemos na memória individual e colectiva, porque em Abril estamos, o seu aviso.

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