Intervenção de Francisco Lopes na Assembleia de República

"O estado da nação evidencia a urgência da interrupção do caminho de ruína nacional"

No debate do Estado da Nação, Francisco Lopes afirmou que a situação do país é chocante, mas o governo quer ainda mais, a continuação da política da exploração, o empobrecimento e o definimento, custe o que custar para o povo e o país, por tudo isto o estado da nação evidencia a urgência da interrupção do caminho de ruína nacional.
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Sr.ª Presidente,
Sr. Primeiro-Ministro,
Hoje pode ver-se o Estado a que este Governo e esta política conduziram a Nação. Depois da propaganda sobre a chamada saída da troica, a realidade aí está a mostrar os dramas sociais, a fragilidade das estruturas produtivas, o aumento da dívida.
Contra a Constituição da República, prossegue o propósito dos cortes nos salários e nas pensões; nos apoios sociais aos idosos, às crianças, aos jovens, aos desempregados; prossegue o propósito da caducidade da contratação coletiva, da tentativa de aumento e de regulamentação dos horários de trabalho, da generalização da precariedade.
Sucedem-se os ataques à Administração Pública, aos direitos dos trabalhadores e das populações, com encerramentos e uma degradação geral dos serviços. Ainda na passada segunda-feira, pessoas que chegaram antes das 9 horas à fila para a segurança social em Lisboa só foram atendidas às 16 horas. Tiveram que esperar 7 horas, Primeiro-Ministro! E há quem tenha esperado mais! É a isto que chama, como referiu na sua intervenção, um Estado ágil?!
Por sua vez, o Serviço Nacional de Saúde é golpeado um pouco por todo o País, negando o direito à saúde, com os doentes autenticamente abandonados nas urgências, esperando horas e horas para serem atendidos, com carências e falta de meios de toda a ordem, ao ponto de até as famílias terem de levar para os hospitais as almofadas para as camas dos internados.
Sr. Primeiro-Ministro, era a isto que se referia quando falava, na sua intervenção, de modernização dos serviços?!
E, do outro lado, vemos que o grande capital continua à rédea solta, como se não bastassem as benesses. Como se não bastassem todos os escândalos da banca, aí temos a situação do BES e aí temos a exigência de intervenção do Estado para evitar que deixar degradar a situação venha a justificar o injustificável: a nacionalização dos prejuízos, seja qual for a forma que venham a assumir.
A situação do País é chocante, mas o Governo quer ainda mais. A realidade do rumo da continuação da política de direita e da dedicação nacional é a da degradação económica, social e política, que afunda Portugal e compromete o seu futuro por muitas décadas! É uma opção pela exploração, pelo empobrecimento e pelo definhamento do País, pelo favorecimento da especulação, pelo domínio dos grandes grupos económicos e financeiros, com os escândalos e a corrupção que lhes estão associados!
A ferro e fogo, custe o que custar para o povo e o País, a opção deste Governo e desta política é pela dependência e pela submissão à dívida, ao tratado orçamental, à lógica trituradora do euro e da União Europeia.
Por tudo isto, Sr. Primeiro-Ministro, o estado da Nação evidencia a urgência da interrupção do caminho de ruína nacional que está em curso e coloca, com cada vez mais força, a necessidade da alternativa patriótica e de esquerda que o PCP propõe, que incomoda o Governo, mas que é cada vez mais necessária ao País para garantir o seu futuro.

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