Intervenção de Miguel Viegas no Parlamento Europeu

Equilíbrio de género nas nomeações no domínio dos assuntos económicos e monetários da UE

Esta questão levanta dois problemas. Levanta em primeiro lugar a igualdade de género que não é respeitada nas agências de supervisão e no BCE. Mas levanta igualmente uma questão não menor que é a do escrutínio democrático sobre estas instituições.
As agências e em particular o BCE foram criadas inicialmente como instituições politicamente neutras e com uma função meramente técnica. Mas a verdade é que ao longo dos anos foram acumulando enormes poderes na área da supervisão ou nos programas de assistência. E este enorme poder político nunca foi acompanhado por qualquer processo de escrutínio democrático.
E nesta matéria, sejamos sérios, este envolvimento do Parlamento Europeu na nomeação dos dirigentes de topo das instituições não passa de uma mascarada com fachada democrática. As listas de candidatos que alegadamente deveriam ser fornecidas a este Parlamento para opinar ou apresentam apenas um nome ou não apresentam nenhuma mulher. E na única vez que nos foi apresentada uma lista com vários nomes, a escolha final nem sequer refletiu a escolha deste Parlamento.
A presença feminina residual nas instituições é incompreensível e inaceitável. Reflete, contudo, a natureza opaca é antidemocrática destas instituições, dominadas hoje pela alta finança e onde não existe de facto nenhuma vontade para que sejam escrutinaras

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