Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Desenvolvimentos na crise da dívida e resposta da UE

A questão da dívida, pela sua dimensão e constrangimentos associados, para além de um problema real para países como Portugal, constitui uma peça central da violenta ofensiva social, económica, política e ideológica em curso (que esconde as suas verdadeiras causas) – de que a mais recente expressão foi conhecida com a ilegítima intervenção em Portugal da troika FMI-CE-BCE.

Estamos perante um intolerável processo de extorsão dos recursos nacionais, dos trabalhadores e do povo português, para os bolsos do capital financeiro. A UE - revelando a sua natureza e reais objectivos - medeia este processo de extorsão, criando as condições institucionais para que o mesmo se efective e aprofunde.

O processo de ingerência externa em curso é disso bem revelador. Ele incorpora o essencial das medidas anti-sociais aplicadas noutros países - como a Grécia e a Irlanda - bem como as que constam do “Pacto para o Euro mais” imposto pelas potências europeias. A concretizar-se, ele agravará a situação nacional – com o agravamento da recessão económica, desemprego, pobreza, desigualdades sociais e da dependência nacional. A ser implementado, este autêntico programa de submissão, como o demonstra a situação noutros países, agravará mesmo as condições que, alegadamente, determinariam esta intervenção, ou seja: as dificuldades em fazer face aos insuportáveis custos crescentes da dívida pública.

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