Intervenção de Armindo Miranda, membro da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional do PCP «Não ao declínio nacional. Soluções para o País»

Convergência de democratas e patriotas

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O governo patriótico e de esquerda em cuja concretização o nosso Partido está genuinamente empenhado, corresponde a uma legítima aspiração dos trabalhadores e do povo e é um objectivo necessário, inadiável e possível.

Que exige entre outras condições o reforço da influência social, política e eleitoral do PCP, o vigoroso desenvolvimento da luta de massas que conflua para a criação de uma vasta frente social.

E reclama a convergência das forças, sectores e de todos os democratas e patriotas que querem romper com a política de direita, concretizada pelo PS, PSD e CDS e destruiu a capacidade produtiva do país, os serviços públicos, as funções sociais do estado e amputou até, os direitos liberdades e garantias consignados na constituição.

Ou seja um governo que é urgente fazer emergir e constituído por essas forças e personalidades democráticas e apoiado pelas organizações e movimentos de massas de todos os sectores sociais anti monopolistas.

Um governo de gente séria camaradas! De homens e mulheres que não vão para o governo a fazer o contrário daquilo que prometeram e a pensar nos concelhos de administração para onde vão após a saída do governo, como acontece actualmente.

Pelo contrário vão para o governo com o sentido mais nobre da política, servir os trabalhadores, o povo e o país.

Camaradas, o nosso Partido, é portador de um património ímpar na sociedade portuguesa, de empenhamento pela convergência e unidade de todos os democratas e patriotas, por transformações progressistas no nosso País.

E como concluiu o comité central na sua última reunião, na actualidade, o PCP não deixará de assumir as suas responsabilidades na dinamização, procura de espaços e caminhos que agreguem vontades, libertem e potenciem energias de todos aqueles homens, mulheres e jovens empenhados na concretização de uma política patriótica e de esquerda.

Camaradas, a convergência e unidade, nomeadamente com todos os democratas e patriotas, os trabalhadores e o povo em geral, coloca, a todas as organizações e militantes, uma atenção redobrada ao trabalho político unitário e a necessidade de conversar, ouvir, informar, aprender e sobretudo convencer da justeza do nosso projecto, das nossas propostas e da nossa luta.

E camaradas, os argumentos têm um poder de persuasão e convencimento muito grande.

Permitam, camaradas, que refira quatro dos muitos instrumentos que podemos usar de acordo com cada situação concreta, e já referidos por outros camaradas:

- Conhecemos as propostas, tratadas de forma muito desenvolvida aqui no nosso encontro e que dão substrato à política patriótica e de esquerda que propomos ao nosso povo. E onde a produção nacional, a industrialização do país, a criação de riqueza, a criação de centenas de milhar de postos de trabalho e o aumento geral dos salários, pensões e reformas, são objectivos fundamentais.

- Estamos em condições de afirmar que o PCP no governo, colocará ao serviço dos trabalhadores, do povo e do país, todo o seu conhecimento, nos diversos sectores, da sociedade, a sua conhecida capacidade de organização a sua influência social e política e a grande dedicação à causa dos trabalhadores e do povo.

- E temos esta força poderosa a que também podemos chamar, capacidade instalada no terreno, o mais sólido instrumento e a maior riqueza do nosso Partido, a sua organização, os seus militantes e os seus quadros que com toda a sua generosidade, entrega, espírito de sacrifício e determinação, já deram provas, muitas provas, da sua poderosa capacidade de concretização e transformação.

- Temos a nobreza e a força invencível do nosso Partido e o seu carácter profundamente democrático e libertador.

Dois acontecimentos recentes mostraram de forma clara a sua actualidade e necessidade.

O primeiro. O medicamento para a hepatite C, com a multinacional que o fabricou a querer mais de 5000% de lucro e a deixar claro que para eles os avanços do conhecimento, da ciência e do saber, não são para ser colocados ao serviço dos povos e salvar vidas, mas sim para responder à ganância insaciável do lucro dos grandes capitalistas exploradores.

O 2º exemplo. Ultimamente tem-se falado muito da pobreza, e nomeadamente da pobreza infantil e das crianças que vão para a escola com a barriga vazia. Há muito tempo que o Partido denuncia esta situação, fizemos até uma audição sobre esta realidade na AR.

Camaradas eles falam, comentam, mas, além de não referirem as causas, da pobreza, escondem um dado muito importante. É que ao mesmo tempo que, todos os dias, milhares de crianças vão para a escola com fome, o mais vil atentado contra os direitos humanos, são entregues também todos os dias, milhões de euros aos banqueiros portugueses e estrangeiros.

Eis camaradas, dois exemplos que ilustram bem o carácter explorador e desumano do capitalismo. E identificam, duas contradições insanáveis que só o projecto humanista e libertador do nosso Partido pode resolver, libertando os meios de produção da ganância exploradora do grande capital, coloca-los ao serviço do povo.

E creio que estareis de acordo camaradas, que, com toda a convicção e confiança no futuro, aqui hoje reafirmemos. Vai mesmo libertar! Vai mesmo resolver!!!

Dito isto camaradas, os locais de trabalho e a rua esperam por nós para fazer aquilo de que tanto precisamos, informar, ouvir esclarecer, convencer!

Com a certeza de que cada apoio e cada voto conseguido será mais uma alavanca para elevar a luta de massas a novos patamares.

Luta que, pela confiança que transmite e pela ruptura que provoca, acabará por impor a construção da alternativa, o governo patriótico e de esquerda, etapa importante na construção da sociedade verdadeiramente democrática, justa e solidária porque lutamos – o socialismo.

Viva a JCP
Viva o PCP!

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