Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Conclusões da reunião do Conselho Europeu de 19 e 20 de Outubro de 2017 e apresentação da Agenda dos Dirigentes (Construir juntos o nosso futuro)

O cinismo das palavras redondas não esconde o verdadeiro significado da abordagem dita pragmática à situação dos migrantes que continuam a tentar chegar à Europa:

- Expulsão de refugiados desrespeitando normas do direito internacional e relevando quão fundo vai o compromisso da UE com os direitos humanos;
- Complacência ou mesmo cumplicidade perante as brutais agressões de que muitos deles são vítimas nas fronteiras da UE;
- A chantagem para com os países africanos: ou fazem o trabalho sujo de travar os que fogem da miséria e da guerra ou a UE fecha-vos a torneira dos fundos.

Quanto à União Económica e Monetária, a estratégia continua a ser a de acenar com a cenoura e esconder o pau. A cenoura que nunca vem - seja o terceiro pilar da União Bancária que sem surpresa caiu por terra, seja um mirífico Fundo Monetário Europeu. O pau, esse é certo: uma ainda maior concentração de poder e usurpação de soberania, dependência económica e subordinação política.

Uma palavra relativamente aos incêndios em Portugal. O presidente da Comissão Europeia disse que era devida solidariedade. Muito bem. Mas solidariedade exige adicionalidade, nomeadamente quanto aos fundos estruturais, e não uma mera reprogramação.

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