Declaração escrita de João Ferreira no Parlamento Europeu

Conclusões do Conselho Europeu (18-19 Outubro)

Esta reunião denota um iniludível aprofundamento da crise económica, social, política e institucional em que a UE está mergulhada.
O repetitivo e fastidioso enunciado de orientações e proclamações - sobre "crescimento", "emprego", "reformas", consolidação", "mercado único" e outros chavões com presença assídua nas conclusões das reuniões do Conselho Europeu - não iludem as tensões e contradições crescentes, em especial as que opõem a Alemanha à França, Espanha e Itália, entre outros.
Perante a massiva destruição de forças produtivas, os inauditos níveis de desemprego e as fortes e prolongadas recessões em perspectiva, sobressaem crescentes divergências sobre a extensão (e localização) deste processo destrutivo. As contradições em torno do mecanismo de supervisão bancária e do financiamento directo do MEE à banca são disso exemplo elucidativo.
Com este pano de fundo, prosseguem os ataques aos direitos e à soberania dos povos e à própria democracia. Depois da governação económica e do compacto fiscal/Tratado orçamental, surge a ideia da celebração de "contratos" entre os Estados e as instituições europeias, obrigando os primeiros ao cumprimento de um plano de "reformas" previamente acordado, em linha com as recomendações do semestre europeu.
Apesar das divergências, prevalece ainda uma concertação determinada por interesses de classe, visando a intensificação da exploração e do roubo dos trabalhadores e dos povos.

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