Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Conclusões da Conferência sobre as alterações climáticas em Cancun

O ostensivo baixar de expectativas a que assistimos no período que antecedeu a conferência não deve justificar discursos optimistas sobre os seus resultados. Muito menos que se considere a conferência "um sucesso".

Se houver alguma coerência nos critérios de análise, temos que reconhecer que os resultados foram, como se esperava, parcos.

Onde está o substituto do Protocolo de Quioto, que há um ano atrás era absolutamente necessário?

Onde estão as metas de redução de gases de efeito de estufa, dentro dos limites propostos pelo IPCC (25 a 40%, relativamente a 1990)? A própria UE se mantém fora desse intervalo e os EUA mantém uma meta de apenas 3 a 4%.

Onde está a discussão séria sobre a perversidade e ineficácia dos instrumentos de mercado, como o mercado do carbono? Ou dos mecanismos de flexibilidade, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo? Ou do "ar quente"? E todos os outros malabarismos que servem mais para abrir boas perspectivas de negócio a alguns do que para alcançar genuínas metas de redução... Onde estão as necessárias correcções a esta abordagem e as alternativas?

São perguntas que aqui deixamos, numa altura em que um terço do período definido como de ajuda ao "arranque rápido" já passou.

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